terça-feira, 11 de outubro de 2011

Sonhos da Menina

A flor com que a menina sonha está no sonho? ou na fronha? Sonho risonho: O vento sozinho no seu carrinho. De que tamanho seria o rebanho? A vizinha apanha a sombrinha de teia de aranha . . . Na lua há um ninho de passarinho. A lua com que a menina sonha é o linho do sonho ou a lua da fronha?

Cecilia Meireles

só, que vira pó

Não foi fácil. Nada é fácil.

Estou convicta que minha vida é uma ilusão. Só pode ser.


É preciso olhar para a lua e tentar compreender que ela está lá para iluminar a escuridão que tenta tomar conta das mentes e dos corações. Hoje, sozinha, acompanhada ou não, completamente só... O medo, a vergonha, a ridícula sensação de ser atravessada por pensamentos que me deixam vexada. Ultrapasso os limites possíveis da sanidade e da loucura e, juro, gostaria de não estar aqui mais...  
Só. Revertemos ao pó. essa é a vida. Tudo acaba.


Acabou.
(O que não entendo é porque ainda choro...)

Pedaços de letra 19

Bwana, Bwana
Me chama que eu vou 
(...)

Sou guiada pela paixão
Não tenho culpa pela volúpia
Volúpia...


Eu tenho um defeito
É não saber parar


Faço tudo por amor 


Essa é a Rita Lee, eu não faço mais. 
É bom ter esses insights, tranquilizam e acalmam o coração.

Penso, logo hesito

Por isso é melhor não pensar antes, só no instante. Mas, como?
Mesmo pensando antes, só entendo no instante exato.  O que penso antes só me causa ansiedade, dor, fantasmas rondam minha cabeça e meus ouvidos... Mesmo assim não tenho receio mais de chegar ao que desejo. Tinha, até talvez ainda tenha, mas o impulso do desejo é muito maior que qualquer medo. O medo que tenho não sei ainda bem qual é, mas vou descobrir uma hora dessas...
Talvez seja do que está só no sonho e não no real. Compreendo que há diferença, mas  DIFERENÇA EM MIM, portanto, fico dividida entre o que é e o que não é ou o que pode não ser... Muita viagem... Mas é assim que sou, que sinto, que vejo, que amo, que me apaixono, que olho... É assim.
Isto me atrapalha diante dos outros que não querem entender, ou que não conseguem...

Em Música, chamamos de 'ligadura' algo que pode traduzir-se por pontes na vida, pode ser uma maneira de unir o sonho com o real, também pode mantê-los distantes, um em cada ponta, sem se cruzarem, sem se tocarem, sem se amarem. Acho perigoso o real sem sonhar, e o sonho sem a realidade. Sei que é sofrível, dolorido.

Mas... ao menos é possível de se voar... Sonhei muito quando pequena que voava sobre a cidade, sobre minha casa. Sonhos que quando acordava deles me deixavam felizes, pois, voava, mas voltava... Tão bom!

Hoje tenho receio de voar, porque não sei se volto. A dor que tenho é essa: a de querer voar e não querer não saber o que pode acontecer...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Hoje Pedaços de letra 18

Hoje preciso de você
Com qualquer humor
Com qualquer sorriso
Só tua presença
Vai me deixar feliz.

Preciso te beijar na boca
Preciso te abraçar
Esquecer os meus anseios
E dormir em paz

Hoje preciso ouvir uma palavra tua
Qualquer frase exagerada
Que me faça sentir alegria
Hoje preciso tomar um café
Ouvindo você suspirar
Sei que faço tudo errado sempre
Sempre....

É melhor...

Acho melhor não amar mais...
Isso significa: menos erros, mais calma, menos ansiedade, mais paciência, menos ciúme e mais amizade.
É melhor mesmo... Há muito não me via assim...Entre altos e baixos... Dizendo coisas que nunca disse antes e fazendo absurdices, oras. Melhor não amar. E que ninguém me diga o contrário, pois o que sinto, só eu sinto. Doi, muito... Doi...
Esta é a conclusão de hoje.

domingo, 9 de outubro de 2011

Hoje

Hoje feliz, calma, tranquíla. Sem atropelos, pensando na vida com minha filha. Quem quiser que chegue, quem não quiser que fique de fora. Será assim de agora em diante. Viver o dia. O que tem me atrapalhado é não conseguir administrar o tempo que não tenho, mas isso é apenas por um tempo...

Um dia... Foi assim...
Eu vi, o tempo passou por mim.
Hoje, ao menos hoje não será assim
Eu passarei por ele do meu jeito.

Tempo:
Não tenho o que pedir
Apenas a dizer que perdes tempo comigo
Pois podes passar, sem problemas
Ao menos até amanhã...
Amem

Sou toda ouvidos (quem me dera...)

Diz um certo autor, e dou-lhe toda razão, que o maior desejo das pessoas é que sejam escutadas, tranquilamente, calmamente. Não querem conselhos, apenas o silêncio da escuta bonita, vejam bem: escuta bonita!
Nós amamos, não a pessoa que fala bonito, mas a que escuta bonito".
É preciso escutar para falar bonito. Entendo isso... É como se o amor nascesse do silêncio da escuta e morresse na atrapalhação da Não-escuta (assim entendo o que diz Rubem Alves). A doença hoje está no nervo central da necessidade de serem escutadas elegantemente. Se não falamos é porque não há quem nos ouça mais.
Amamos porque falta em nós  o que é pleno, por isso precisamos amar, para nos sentirmos completos. E mesmo asim, não acontece essa tal de 'completude'.
Amar, portanto é fazer silêncio, como aquele silêncio ao ouvirmos uma obra musical, no teatro. É o silêncio esse que muitas vezes incomoda que nos faz prestar atenção no que é mais importante, e não em tudo. Quando ouvimos, apreciamos uma peça musical, se ficarmos atentos a todas as suas partes, temas, melodias, começa assim, desenvolve-se de tal forma que ...Ao final o compositor busca o tema principal e ... Nada disso. Devemos nos entregar a toda a obra de tal forma que nos inunde de sentimentos, que nos absorva em sua plenitude, com tudo.
Só assim, escutaremos o essencial; perceberemos o que significa a essência da obra, que provavelmente foi feita sobre as vestes do amor.

Ouçamos Fernando Pessoa:

Cessa o teu canto.
Cessa, porque enquanto
o ouvi, ouvia
uma outra voz
como que vindo nos interstícios
do brando encanto
com que o teu canto
vinha até nós.
Ouvi-te e ouvi-a
No mesmo tempo
E diferentes
Juntas a cantar.
E a melodia
Que não havia
Se agora a lembro,
Faz-me chorar.

Devemos aprender a sentir a música e não a entender as palavras.

sábado, 8 de outubro de 2011

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Hoje, amanhã...Qualquer dia...Qualquer hora... Preciso dela.

Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.(quase morro de angústia, e cheguei ao limite...)
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!

Preciso do que não me é possível ter neste momento.
Tampouco posso oferecer muita coisa...Bem que gostaria...
Portanto, preciso aprender a desfazer o desejo. Não deve ser muito difícil, não. Vou pensar numa possibilidade...

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Improviso no Plural

Sobra um NÓ bem no meio do peito
Que aperta de um jeito 
Clamando por outro jeito
De não achar mais falta
Que a falta do S faz
Desfazendo o aperto
Da saudade de um plural
Que só o 'NÓS' consegue
Para o amor, de si mesmo...
Libertar

Umas gotas de Rita Apoena

"Ela afundou o corpo nele o mais que pôde, como se assim pudesse aprisionar um instante, como se assim pudesse aprisionar o amor. E ele, querendo as respostas que a vida não lhe entrega e que só uma mulher é capaz de abrigar dentro de si, puxou os seus quadris com a ânsia de escorregar para dentro dela e ali ficar. Só uma fêmea é capaz de dividir-se assim ao meio: a metade de baixo a sobrepor-se forte, desfalecendo as resistências do macho e a de cima a ampará-lo doce, beijando e acarinhando os medos de um filhote."

 "— E você, por que desvia o olhar?

(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarra-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)

— Ah. Porque eu sou tímida."



"Quando você se sentir sozinho, pegue o seu lápis e escreva. No degrau de uma escada, à beira de uma janela, no chão do seu quarto. Escreva no ar, com o dedo na água, na parede que separa o olhar vazio do outro. Recolha a lágrima a tempo, antes que ela atravesse o sorriso e vá pingar pelo queixo. E quando a ponta dos dedos estiverem úmidas, pegue as palavras que lhe fizeram companhia e comece a lavar o escuro da noite, tanto, tanto, tanto... até que amanheça."

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Minhas mãos

Gosto de ouvir aquele som que parece vir das ondas do mar, quando encosto uma mão na outra e as fecho em concha pertinho do ouvido. É como se o mar conversasse comigo e me contasse os segredos do futuro. Pois quando penso nele, no futuro, me vem sempre em segredo as possibilidades de felicidade ou tristeza. Mais de tristeza que de felicidade... Já sei que sempre termina assim, tudo sempre foi assim quando se trata de coisas do coração. 
Quando criança nada disso acontecia. Apenas ouvia o mar. Via o mar. Vivia no mar. Hoje vivo-o em sonho, para frente ou para trás... Aprendi com o tempo e por necessidade, a acreditar no que sinto decifrando comportamentos e observando gestos e olhares. Muitos se repetiam e o que vinha depois... Também. Juntando o antes e o depois ficou fácil. O ser humano é tão simples de atravessar que chega a ser ridículo. Eu também, sou incrivelmente ridícula, pois o que faço e o que digo é de uma transparência que não é possível muitas vezes me ver ao espelho. Ainda bem... Não quero ver-me quando faço coisas ridículas e absurdas...  Gostaria de ser mais misteriosa. Goataria de não estar aqui hoje, onde estou. Goataria de tantas coisas que não são, tampouco estão, que não será possível mais viver assim. Algo terá que mudar... O quê?
Não sei. Talvez eu... Mas... Se eu resolver mudar, mudo tudo mesmo. Mudo de casa, de cidade, de profissão, de amigos e de paixão. Talvez me fosse, só assim, possível ser feliz mais tempo do que hoje... Mais dias do que o último que fui feliz... Mais vidas do que a minha vida...

Tudo isso porque gosto de ouvir o som de minhas mãos juntas em forma de concha... Quem sabe, que mistérios se escondem em minhas mãos? Elas sentem o mundo, tocam e vibram com os amores e as paixões, mas não falam comigo para me dizerem: É hora de ir embora. Será que é porque ainda não é?

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

SOM DO CORAÇÃO

O tempo se faz novo quando nós nos abrimos a ele!
Quando estamos disposto a rever conceitos...
Quando deixamos o que nos faz mal para trás...
Quando fazemos com que nossa vida valha a pena, aproveitando o que ela nos traz e levando algo de bom aos que podemos.
O tempo...seu melhor aliado ou seu pior inimigo...o que vai decidir é a maneira que você vai encará-lo...

(Camila Lourenço)

Disputas infundadas...

Quando um grupo em que a aprendizagem é o foco comum, se movimenta para a competição, acabou o grupo. Gostaria que não fosse assim e me incomoda por demais o fato de pessoas ligarem-se por afinidade, apenas. Não vou tolerar isso até o final, ou não vou até o final. Das duas, uma. Que besteira tão grande essa!
Se estamos ali para aprender, para conhecer o que não conhecemos, precisamos uns dos outros, que diabos, também...Um grupo, quando todos estão juntos e envolvidos por uma causa, nas situações de aprender todos são beneficiados, todos ficam mais felizes, todos se sentem parte de um processo e ISTO É O MAIS IMPORTANTE!!


Um dia é a vez de um, outro dia será a vez de outro...E assim vai, como vai a vida, como vão os amores...E se vão também... 

E está dito.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Vinícius

"Chore, grite, ame.
Diga que valeu, que doeu, que daqui pra frente só vai melhorar.
Perdoe, insista, ame novamente.
Não leve a vida tão a sério.
Descomplique.
Quebre regras, perdoe rápido beije lentamente.
Ame de verdade, ria descontroladamente e nunca lamente nada que tenha feito você sorrir..."

Suportar mariposas apaixonadas e fofoqueiras... Tá difícil...

Não sei se chego a suportar até o final. Tento ser forte, demonstrar que nada me atinge, mas é só começarem as falar sobre o que acham ser a verdade única, e me desfaço, me quebro em milhões de pedaços... Vieram o tempo todo, de lá até aqui, falando entre elas, como se eu não existisse... Beleza, sem problemas, sei que sou uma excelente motorista... Mas... tudo tem limite, até mesmo minha tolerância. Fico decepcionada...Mas...Já sabia que eram assim... É só observá-las...
Muito Cuidado com o que lhes é falado, contado, muito cuidado...

Não suporto mais...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Pedaços de letra 17

Se um veleiro
Repousasse
Na palma da minha mão
Sopraria com sentimento
E deixaria seguir sempre
Rumo ao meu coração..

Rimas, de ventos e velas
Vida que vem e que vai
A solidão que fica e entra
Me arremessando
Contra o cais...

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Por que sempre queremos mais do que nos é possível ter?
Não importa depois...
O importante e que nos deixa felizes é beijar mais... abraçar mais... amar mais...chorar mais e sentir a chuva caindo no rosto, para poder dizer: Estou viva!

É só isso que quero... Será tão difícil?

sábado, 24 de setembro de 2011

Pior que sou da mesma espécie - M................

O ser humano quer conhecer... O quê?
O ser humano quer ganhar... Dos outros
O ser humano quer ser livre... Hein?
O ser humano quer tudo... O que não é seu
O ser humano pensa que pode... Tudo
O ser humano mata... Por prazer
O ser humano procura... Não sabe o que
O ser humano gira...Desorientado
O ser humano se repete... E acha que cria
O ser humano é Ter... Não mais SER

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

fragmentos para animar uma vida...

"Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crêr que é para sempre mesmo quando eu digo convicto que nada é para sempre."

" Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra a minha negligência; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior. Que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me impora o tempo alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma, e, sim, um signo do zodíaco." 

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Conversa com uma menina de 4 anos

- Sentes medo?
- Sinto...
- Então, me dá tua mão.

Para hoje algumas coisas a dizer...

Dia estranho, com conversas diferentes e músicas que não entendo...Tantos objetivos a cumprir que estou um tanto sem vontade do que quer que seja. Apenas escrever um pouco... Um mate, uma conversa sobre família e vizinhos... Amigas que ligam, vontade de trabalhar e saudade dos meus alunos.

Dia estranho, cinza e melancólico. Desde ontem ouvi músicas, mas passei por elas e não as agarrei. Alguns dias ficam assim, sem esperança de ser melhor do que os que passaram... Um certo 'nada' toma conta e não enxergo passarinhos, sorrisos, harmonias bonitas e agradáveis... Só ouço e vejo o que não quero.
Dia estranho...

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Il Postino (O Carteiro de Pablo Neruda)

"... quando explicamos a poesia ela torna-se banal. Melhor do que qualquer explicação é a experiência directa das emoções, que a poesia revela a uma alma predisposta a compreendê-la."


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Amor em T d C


Que caminho impertinente esse que Florentino trilha em sua vida... Um amor tão lírico, se quebra diante de encontros que se desencontram, entraves e percalços originados por preconceitos e a própria realidade de uma guerra civil. As surpresas inesperadas que vão acontecendo, como na vida real, o primeiro encontro, as cartas de amor escritas, a distância silenciosa, mas com emoções tão presentes, aproximações e separações, perdas profundas irreparáveis... nos parece traços de uma tristeza tão profunda e melancólica que fisicamente o transformava... Clima de guerra civil em que doenças e mal estares brotam do sofrimento de viver num tempo socialmente abalado e desorganizado cujas conseqüências são perdas de vidas, perdas de lares, perda de uma estrutura social... O que dizer?
Uma característica de Garcia Marques é exatamente essa intrínseca relação entre a imaginação e a realidade, o ir e vir entre o que é e o que pode vir a ser como possibilidade real, porém através de um pensamento mágico. Graças a esta força presente na combinação das palavras que traduzem como ninguém o cotidiano emocional ligado à essência humana através dos desejos e paixões, e que desestabilizam profundamente meu Labirinto, que o resto do mundo obrigou-se a render laudas a ele, um latinoamericano que envolve sonhos e vida real inseridos em temas sociais recorrentes da época. Fantástico isso!!
O filme tenta mostrar o envolvimento da história central de amor com a narrativa, muitas vezes longa do livro, mas nunca cansativa, conseguindo evidenciar o vai e vem das emoções. Sua vida girava em torno de ter seu grande amor em seus braços, num abraço, num beijo amoroso, nos dias que lhes restavaam...
O fato de amar sustenta, 'sostiene la vida de Florentino por una soga". Esta é a meta... Este é o objetivo final de "qualquiera que ama". 
Alguém é capaz de negar?


terça-feira, 13 de setembro de 2011

"Hay amores que se vuelven resistentes a los años como el vino que mejora con los años."

"No more life, no more
No more rain, no more
No more breeze, no more
No more laughter, no more
No more crying, no more
No more fear, no more
No more singing, no more"

Temperamento impulsivo

  “Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.
       Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.”
(C.L.)

https://www.facebook.com/psicanaliseeclinicadoato

" Toda análise se desenrola entre dois atos essenciais:a entrada e a saída. O tempo de uma análise ...é um entre-ato, ou seja um intervalo, uma espécie de intermezzo teatral, representados por dois parceiros que dividem entre si os atos em questão. Marie Claire Boons,"O ato análitico"letra Freudiana, Ano XV - no 16, 1996.
Amilcar de Castro
“Ó felicidade baça … O eterno estar no bifurcar dos
caminhos! … Eu sonho e por detrás da minha
atenção sonha comigo alguém … E talvez eu seja
senão um sonho desse Alguém que não existe … “
 

Fernando Pessoa, (O Eu profundo e os outros Eus)

domingo, 11 de setembro de 2011

Pedaços de letra 16

Aprendí a vivir,
Con la duda de decir una cosa,
Luego cambiar de parecer,
Y moverme otra vez de lugar.
Aprendí a querer,
Esa duda en mis huesos está,
Desde hace tanto tiempo,
Es parte de estar vivo y latiendo.
(...)
Puedo parecer caprichosa,
Pero soy mucho más sensata,
De lo que vas a pensar,
Al verme siguiendo una sombra,
Te diré quien soy cuando sepa,
Pero cada vez,
Sé un poco menos,
Puedo cambiar a cada momento,
Es parte de mí. (...)

Julieta Venegas - Duda

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

C.L.

"Vou criar o que me aconteceu. Só porque viver não é relatável. Viver não é vivível. Eu vou ter que criar sobre a vida. (...) Eu estava no deserto. Era um deserto que me chamava como um cântico monótono e remoto chama. Eu estava sendo seduzida e ia para essa loucura promissora. E eu sinto que estou de novo indo, indo para a mais primária vida divina. Estou indo para um inferno de vida crua. (...) A vida é uma grande sedução onde tudo o que existe se seduz. (...) Se eu der o grito de alarme de estar viva, em mudez e dureza me arrastarão, pois arrastam os que saem para fora do mundo possível. (...) E com mal estar, eu fugia... Se você soubesse da solidão desses meus primeiros passos... Era como se eu desse os primeiros passos em outra vida, depois de minha morte. (...) E eu compreendi que minha vida sempre fora tão continua quanto a morte. E... finalmente sucumbi...

Estou neutra.
(...) Eu vou precisar de minha própria vulgaridade doce e bem humorada, o resto dos meus dias, eu preciso esquecer como todo mundo. Preciso encontrar em mim mesma, a mulher de todas as mulheres. A insistência é o nosso esforço, a desistência o prêmio. E eu estava agora tão maior que já não me via mais. O mundo independia de mim. E não entendo nada do que digo, pois como poderei dizer sem que a palavra minta por mim?"

continua...

João da Cunha Vargas

"Falam muito no destino.
Até nem sei se acredito.
Eu fui criada solita.
Mas sempre bem prevenida,
Índia do queixo torcido.
Que se amansou na experiência.
Talvez, um dia volte pra querência,
Lugar onde fui parida."

Passa, sim... Se passa!

Passa. Tudo passa.
A dor, a escuridão
A luz, a escravidão

A paixão perde seu brilho
O amor, perde seu valor

O dia com sol passa
A noite de lua passou
A menina na rua voou
O peixe no anzol ficou

Os olhos se perderam
As horas se desencontrararm
As lembranças foram esquecidas
E eu já estou numa outra vida

Passa, tudo passa
Ontem passou
Hoje já foi
Amanhã, amanhã
Já virou hoje
Que já se foi.

Acabou
Passou
Se foi
Perdeu o valor

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sobre o Amor

O amor é como uma linha mestra que nos impulsiona para a união, a união com o Outro externo e a união com o Outro interno. A união com a transcendência, com a nossa socialidade, com a nossa persolnalidade mais profunda, nossa essência e a união com o Outro. O arquétipo, para se manisfestar precisa ter um objeto, precisa ter um continentePode ser imaginado, fantasiado, abstrato, mas o Amor é sim, depositado num objeto, um objeto amado, o que equivale dizer numa relação com uma outra pessoa.
Um amor através de um Outro, existencial, é possível nos dirigirmos a um autoconhecimento, um amor de transcendência.

Unir e separar: quando se busca o que mais quer e quando se deixa o que passou.

Uma criança, no início de sua vida, encontra, ou deveria encontrar, no pai e na mãe a segurança de ver seu desenvolvimento das reações subjetivas através do vínculo estabelecido entre todas as partes. São subsídios imprescindíveis para desenvolver sua consciência, sua saúde psíquica. O vínculo ENTRE os pais é misterioso, pois mesmo subliminarmente atua na estrutura da consciência de uma maneira central. Quando separa-se desses pais, sofre. Porém, esta DOR DA ALMA, é o que a fará buscar a união através dos inúmeros relacionamentos que estabelecerá em sua vida. 
Sempre buscando e sempre separando porque nenhuma das partes, unidas entre si, jamais será o todo. Sempre serão transitórias.

Isso é sublime!

Platão, no Banquete, nos fala da existência de um ser uno, redondo, complexo e que por ser tão inteiro, era uma ameaça aos deuses. Os deuses, por temerem essa completude existente nese ser, o divide ao meio. Cada metade vive eternamente buscando-se, uma a outra.

Então, essa é a ideia do amor, aquele elemento que visa unir, unir à transcendência, unir ao Outro, unir a sua própria existência.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

UMA PALAVRA

uma
palavra
escrita é uma
palavra não dita é uma
palavra maldita é uma palavra
gravada como gravata que é uma palavra
gaiata como goiaba que é uma palavra gostosa

(CHACAL)

domingo, 4 de setembro de 2011

Tem coisas que têm um tempo previsto...

Todas as coisas têm um tempo previsto...
O mundo não vai muito bem, não...
Uns possuem tudo; outros nada.
Uns fazem o que querem, outros só obedecem.
Uns tentam alargar o tempo aumentando a velocidade e outros só correm atrás de algo que não sabem, apenas vão...


Tem horas que achamos que todos devem embarcar nas nossas idéias, crenças, verdades ilusórias. Sábios eles, que não entram nessa. Mas, sábios nós, que vivemos intensamente momentos que não voltam mais. Preferimos embarcar mar adentro sem saber se voltamos um dia.

Não somos perfeitos, mas somos perfectíveis. Temos possibilidades de mudar, de melhorar nos amores, nas amizades, nos relacionamentos. O Outro é o nosso termômetro do quanto somos capazes de cativar ou não, do quanto somos capazes de mediar o amor e o ódio. Se isso é fato, não há como desentendimentos, desilusões, decepções não ocorrerem, oras... Quando, ou até quando as reconciliações são possíveis de se religarem? Quem somos nós para acharmos que podemos, sempre, reconciliarmos desafetos e crostas quebradas, luxadas, machucadas? Para quê?

Pois, todas as coisas têm um tempo previsto...

Tem horas que tenho receio. 
Receio de saber que minha vida não tem sentido algum, nem para mim, muito menos para qualquer outro. O sentido único possível que consigo enxergar é a possibilidade de tentar eu mesma, me agüentar, me tolerar, compreender que enquanto viver será assim, somente eu, com minhas inquietações, meus anseios, meus medos, minhas impulsividades ridículas...

Sempre esses momentos de desarrumação da vida, do corpo, da mente e do coração, me aconteciam, provocando um vazio profundo, sem saída. As palavras, em tantas línguas, me atrapalharam a vida algumas vezes. Noutras me ligaram a ela. Se palavras fecham conceitos ou ideias, para mim abriam e abrem espaços. De qualquer forma, são palavras e quando saem quadradas e encurraladas, marcam, doem, assassinam os afetos, odeiam,  separam. Palavras contam histórias, de verdade verdadeira ou de verdades criadas pelas mentes humanas que investem em ilusões, tão somente em ilusões.

Tem horas que o mundo cai dentro de mim e me causa uma dor insuportável.
Não entendo isso. Não entendo o que as pessoas falam. Elas falam sem saber o que dizem, falam para magoar, pois o rancor, pelo visto, foi construído durante um bom tempo. Só pode... Como manter tanto rancor ao ponto de falar sem comunicação, sem sintonia e de não querer escutar... Isso é ódio, ódio de amor ou amor de ódio. Chego a sentir um certo pavor dessa dualidade. Onde está a sintonia, a harmonia, que só existia através de uma verdade composta para tal fim?

Tem horas que tenho vontade de conversar, falar sobre a vida até aqui, por que os impasses se formam e a palavra torna-se o muro da discórdia e de desentendimentos quando deveria ser de prazer?
Sobre as crianças, estão construindo sua forma de relacionar-se com esse mundo psiquicamente, na verdade estão tentando montar um grande 'quebra-cabeças'. É fundamental ter a tranqüilidade de saber que estão seguras. Sei, por intuição talvez, disso tudo, sei como se sentem também. Gosto de ver os filhos discutindo com os pais, testando suas possibilidades de lidarem com o mundo externo através de suas construções internas.
É bacana de discutir, conversar, compartilhar ideias com elas...
Adultos, ah... Alguns acham que, pronto, tudo resolvido...
Que nada! Falácia total...
Começam as dificuldades, primeiro em lidar com suas verdades rígidas, segundo em lidar com suas vontades e desejos não resolvidos...

Quem nos olha, quem convive conosco, nos vê de um jeito que acham que somos. 
Até penso que sou assim,  para eles, mas não para mim. Nem sei de que jeito sou, deste ou daquele, meus pensamentos continuam com a mesma intensidade independente de qual personagem me personificaram, eu sou. É assim que me percebo, pelo que penso, pelo que entendo, pelo que construo.

Cada momento vivido é novo, desconheço como vou ser diante do novo. Entendo assim que devo ser todos os dias, todas as horas, todas as situações imprevisíveis, pois o que vai acontecer... Não sabemos.  Único jeito de ser eu é ser de cada vez, é não saber cada vez, é permitir-se não saber e não se conhecer, cada vez. Também não compreendo isso, mas sinto que deve ser assim. Sentir, e saber o quê se sente é transcender o viver. Acredito em tudo que sinto. Mas, às vezes me escapa à percepção, ou não... Dou-me conta quando já passou...
De qualquer forma, não foi importante, então.

Há um silêncio dentro de mim que me inquieta e que ferve. Esse silêncio que mantém as distâncias minhas com o  mundo. Para reduzir distâncias, só abrindo o peito e permitindo que o silêncio saia, flutue para fora, borbulhante. Causará dor, desilusões, perdas, mas de alguma forma ele me libertará.
Como seria abrir o peito e gritar... sem medo... sem prejuízos... sem o mínimo de educação?

Todas as coisas têm um tempo, previsto ou não...Têm.


sábado, 3 de setembro de 2011

Uma carta

Antes que tudo acabe queria pedir uma coisa... 
Queria pedir que esquecessem que um dia me ouviram, me olharam e me falaram de coisas que me fizeram também falar. De tão ridícula que sou escrevo esta carta, pois preciso pedir perdão pelo invasiva que sou e atrevida que fui. Sei que temos todos o lado branco e negro dentro de nós, e como uma roda da fortuna, giram entre si causando desafetos e afetos ao mesmo tempo.

Conto veementemente que estas palavras façam cumprir a dor de um testamento, fruto atos intempestivos que só amores causam, mesmo que provem serem constituídos de coragem, criatividade e arte.

Sou fraca e por isso escrevo... Sou de um jeito que às vezes detesto, outras até que me favorece, mas é mais forte que minha possibilidade de controle, sou intensa nos afetos de amor ou saudade. Tudo se esvai no tempo e no vento. Por ter medo disso...

Não sei viver pela metade...

O silêncio encantador da Lua faz amar, viver e perdoar...

De modos que passei minha vida até aqui, sonhando. È vero que tinha, quando criança e um pouco mais, uma certa razão que me fazia sonhar possibilidades certas de acontecerem. Era tudo tão fácil... Antes de dormir pensava sobre o que havia conseguido até o dito instante e o que mais precisaria. Ficava eu, enumerando minha lista de sonhos...possíveis.

Meu entendimento não alcança hoje o que mudou e como mudou... e mudei. Pois, meus sonhos atuais são totalmente impossíveis. 
Não enumero mais, já que não sei o tempo que tenho... 
Não penso mais sobre isso antes de dormir... 
Penso só no que ocorreu e em como parar de pensar para poder dormir... 
Uma piada...


Aprecio, gosto da vigília, gosto da noite, gosto do silêncio, gosto da solidão da noite. Nela deposito meus anseios, minhas mortes em vida, minhas incapacidades de compreensão do ato de viver e todos os meus pecados, os quais não são poucos. Sem problemas. É como se a noite fosse o momento de sonhar acordada, vivendo o que não foi possível e refletindo o que pode ser...

Peço perdão e me perdôo. Pois faço coisas que só um vento explica. Fico convicta de que tudo é vão pois, com o vento, cai tudo ao chão.


Só a noite causa essa paz necessária para criar, imaginar e fantasiar a vontade do desejo se manifestar. 
Atravesso livros, vidas dos personagens, vivo o que não é meu e sonho com o que quero. Só na noite, com sua escuridão envolvente e seu silêncio pertinente e acolhedor de gritos das dores das perdas. 


Por isso a Lua sempre sabe de tudo, sabe do desejo que reconhece a existência e o tamanho das distâncias entre o querer e o poder ter, e sabe também que um amor, mesmo que em sonho não tem quase nada de irreal, por isso que a Lua está lá no ceu, quieta, ouvinte e docemente encantadora.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

FRAGMENTOS DE GABRIEL GARCIA MARQUEZ

1. Te quiero no por quien eres, sino...... por quien soy cuando estoy contigo.
2. Ninguna persona merece tus lágrimas, y quien se las merezca no te hara llorar.
3. Solo porque alguien no te ame como tú quieres, no significa que no te ame con todo su ser.
4. Un verdadero amigo es quien te toma de la mano y te toca el corazón.
5. La peor forma de extrañar a alguien es estar sentado a su lado y saber que nunca lo podrás tener.
6. Nunca dejes de sonreír, ni siquiera cuando estés triste, porque nunca sabes quien se puede enamorar de tu sonrisa.
7. Puedes ser solamente una persona para el mundo, pero para una persona tú eres el mundo.
8. No pases el tiempo con alguien que no esté dispuesto a pasarlo contigo.
9. Quizá Dios quiera que conozcas mucha gente equivocada antes deque conozcas a la persona adecuada, para que cuando al fin la conozcas sepas estar agradecido.
10. No llores porque ya se terminó, sonríe porque sucedió.
11. Siempre habrá gente que te lastime, así que lo que tienes quehacer es seguir confiando y solo ser más cuidadoso en quien confías dos veces.
12. Conviértete en una mejor persona y asegúrate de saber quien eres antes de conocer a alguien más y esperar que esa persona sepa quien eres.
13. No te esfuerces tanto, las mejores cosas suceden cuando menos te las esperas.

recuerda:

"TODO LO QUE SUCEDE, SUCEDE POR UNA RAZÓN"

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

"A dor
Grita: Vai!
Mas o prazer quer eternidade
Pura, profundamente eternidade". 

 
I'm out.
That's it

_________________________

reconheço quem sou
quando não devo ser
e o tempo que devo sair

reconheço que o amor
está em mim
gosto de ser assim

reconheço que há momentos de ficar
e que há momentos de se retirar
para então...outros tomarem lugar


terça-feira, 30 de agosto de 2011

La vida nó es más que un instante
Una verdad, una sombra, un afán
Nada más que un recuerdo buscando
Una senda donde las huellas se esconden

Una lágrima, una risa
Un beso, una sed infinita
La vida, fin y princípio
Nó es más que un instante
tenho desprezo pelo ser humano quando usa de determinados sentimentos para agredir, disputar ou fazer-se de vítima...

domingo, 28 de agosto de 2011

Olhos de cão azul - Gabriel Garcia marques

(...) 

Então fiquei com o rosto na parede. "Já está amanhecendo", disse sem olhar para ela. "Quando deram duas da manhã, estava acordado, já fazia bastante tempo." Dirigi-me até a porta. Quando tinha pegado a maçaneta, ouvi outra vez sua voz igual, invariável: "Não abra essa porta", disse. "O corredor está cheio de sonhos difíceis". E eu lhe disse: "Como você sabe disso?" E ela me disse: "Porque há pouco estive ali e tive que voltar quando descobri que estava dormindo sobre o coração". Eu mantinha a porta entreaberta. Movi um pouco o batente, e um ar frio e tênue me trouxe um cheiro fresco de terra vegetal, de campo úmido. Ela falou outra vez, virei-me, mexendo ainda o batente montado em gonzos silenciosos, e lhe disse: "Creio que não há nenhum corredor aqui fora. Sinto o cheiro do campo". E ela,já um pouco longe, me disse: "Conheço isso mais do que você. O que acontece é que lá fora há uma mulher sonhando com o campo". Cruzou os braços sobre a chama. Continuou falando: "É essa mulher que sempre desejou ter uma casa no campo e nunca pôde sair da cidade". Eu lembrava ter visto a mulher num outro sonho anterior, mas sabia, já com a porta entreaberta, que dentro de meia hora tinha que descer para o café da manhã. E lhe disse: "De todas maneiras, tenho que sair daqui para acordar".

Bem Bom!

Sempre temos aqueles dias que tudo parece que vai mal.
Que as pessoas e o mundo estão de tal forma combinados a nos atingir, que a cabeça vira um poço de zumbis (bah...me puxei aqui...).
Um professor de História da Música, quando achava que falávamos absurdices dizia:Besteiras, tudo besteiras!!

Naquele tempo me impressionava com suas palavras fortes e, muitas vezes, intempestivas. Mas, dou-me conta que realmente é assim mesmo. Afinal, quem pensamos que somos, que todos e o mundo possa estar contra nós? Que poder é esse que nos perpassa ilusoriamente, nos colocando numa posição de centro da vida dos outros.

Que absurdo isso!!

As consequências são a dor e a tristeza. Se sabemos, então, por que temos algumas vezes essa sensação? Já as tive, já as senti... Ontem...Anos atrás... Conheço bem essas sensações fantasmáticas, mas hoje, mesmo que ainda demore um pouco, consigo percebê-las e mandá-las longe. A sensação de dor e tristeza ainda ficam um tempo maior... mas é só um tempo mais...
 
Neste momento só sei dizer que nada é melhor do que ter vivido momentos bons, com pessoas que gostamos, que nos fazem e fizeram bem. 
Isto é Perfeito! 

Faz parte do ser humano querer que todas as sensações boas se mantenham pela eternidade, mas... lastimo muitíssimo que não seja assim...

Ainda bem que temos a saudade...

A saudade é o eco de tudo o que foi bom na vida. Sinto sempre saudade, pois assim como desejo intensamente, sinto falta,sinto saudade intensamente. 

Viver pela metade, nunca, nem numa saudade...

Bem Bom!!

Sou assim, pronto, acabou.

Ser assim é uma delícia
Desse jeito como eu sou
De outro jeito dá preguiça
Sou assim pronto e acabou.


Sou muitas coisas, principalmente aquilo que pensam de mim.
Sou para eles, não para mim.
Como sou realmente, então? Sei muito pouco de mim.
O que sei, é que tenho vontades e desejos, saciados ou não, não importa. É a única coisa certa em minha vida. A partir deles vou conquistando meus momentos de alegrias. Impossível evitar que grudados venham aqueles momentos de tristezas e decepções, medos e inseguranças. Os últimos dias têm sido uma mistura difícil de deglutir. Ouvi inquietudes da vida das pessoas que me atrapalharam por completo. Fiquei angustiada ao ponto de não conseguir perceber e controlar minhas reações. A emoção de aborrecimento com a vida vai passar, sei que vai, espero que passe. Não entendo muitas vezes esse desejo que tenho de prolongar a vida, para quê? Cansei dessa luta do ego interno com o ego externo (ambiente, não deixa de ser um ego extremamente execrável...).

O impulso de vida e o impulso de morte habitam lado a lado dentro de nós. A morte é a companheira do amor. Juntos eles reagem o mundo.(palavras de Freud- Além do Princípio do Prazer)

Além das inquietudes, tive a forte sensação de ter sido alvo de afetos que só seres humanos podem usar para agredir uns aos outros, e o pior de tudo, fruto de suas próprias fantasias. Isto é... tão... terrível. Será que se dão conta do que fazem, do que sentem ou do que dizem? Deus... Quase desisto de novo. Mas não é o que quero... Numa boa conversa com meu cachorro querido, o Kimba, perguntei a ele: Será que se eu chorar, uma hora dessas vou esquecer?  Ele me olhou com um carinho que fiquei mais ainda descrente a respeito dos seres sapiens (nem humanos são mais para mim).
Não gosto de sentir esse tipo de 'auto feed back'. Prefiro me retirar, me afastar. O caminho que ando não é meu. É simples isso, é o caminho de todos. Não gosto de andar sozinha, preciso saber que estou acompanhada. Apenas coloco--me mais à direita e passe quem quiser... Peguem o que desejarem... Nada nem ninguém é de alguém, mas se acham que são as do centro, tomem o centro e sigam seu rumo. Eu não disputo nada. Apenas conquisto o que posso... E o que posso... é tão pouco... Mal sabem os bons...


sábado, 27 de agosto de 2011

de la nada para la nada

y bueno...
ayer se me ocurrió algo
junto siempre 
los pedazos
de las horas 
 que vivo
y no soy diferente de nadie
lo que pasa es que
junto a los pedazos 
vienen
señales, señas,
miradas y fantasmas
sospechas e indícios.
Además, 
cuando me hablan en vos
sobre como están seriamente
con la creencia
de que
tu presencia es más que el hablar,
inocentemente
no vacilo más
esto yá pasó
de un sueño de pareja
de amor
por unas horas
nos cambiamos
hacia una
despareja
despareja de desamor
por siempre

de cualquier forma...
 
...por otra parte 
sé proteger el sueño
con mis gastados párpados
de manera que puedo arrimarme soñando
a esa espléndida nada
nada prometedora...
(mario Benedetti)

soledades - Mario Benedetti

Ellos tienen razón
esa felicidad
al menos con mayúscula
no existe
ah pero si existiera con minúscula
seria semejante a nuestra breve
presoledad

después de la alegría viene la soledad
después de la plenitud viene la soledad
después del amor viene la soledad

ya se que es una pobre deformación
pero lo cierto es que en ese durable minuto
uno se siente
solo en el mundo

sin asideros
sin pretextos
sin abrazos
sin rencores
sin las cosas que unen o separan
y en es sola manera de estar solo
ni siquiera uno se apiada de uno mismo

los datos objetivos son como sigue

hay diez centímetros de silencio
entre tus manos y mis manos
una frontera de palabras no dichas
entre tus labios y mis labios
y algo que brilla así de triste
entre tus ojos y mis ojos

claro que la soledad no viene sola

si se mira por sobre el hombro mustio
de nuestras soledades
se vera un largo y compacto imposible
un sencillo respeto por terceros o cuartos
ese percance de ser buenagente

después de la alegría
después de la plenitud
después del amor
viene la soledad

conforme
pero
que vendrá después
de la soledad

a veces no me siento
tan solo
si imagino
mejor dicho si se
que mas allá de mi soledad
y de la tuya
otra vez estas vos
aunque sea preguntándote a solas
que vendrá después
de la soledad.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Os medos que tenho

Medos. Tenho e muitos.
Já tive medo de chuva e de vento.
Medo de atravessar uma rua, medo de dormir porque não queria sonhar o mesmo sonho que me apavorava, volta e meia...
Medo de que meu cachorro se perdesse.
Medo de errar uma nota no piano...
Até medo de não ser convidada para uma festa em que meus amigos estariam...

Hoje, o maior medo que tenho é das pessoas.
Do que elas pensam e não demonstram...
Do que falam e não fazem...
Tenho medo do que não é possível desvendar...
Daquela parte misteriosa do ser humano, desejante por natureza, imprevisível por emoção e sedutor por prazer.


Tenho medo, sim... Da minha burrice, da minha ingenuidade, da minha intensidade em ser quem sou...
Da minha previsibilidade que insistentemente me absorve.

Tenho medo do que eu não posso querer, e sem querer, quero.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

CAMINHO INCA

Tem sentimento que é um lugar
de difícil acesso
aonde a gente vai indo do jeito que dá
pegando atalho pulando pedra solta
cortando galho matando cobra
e mesmo assim chega uma hora
em que se deixa o pé estacionado
e se vai de arte
            Celso Gutfreind (Arte de rua, Tchê!/Instituto Estadual do Livro, 1993, 102p)

Segundo Rita Apoena:


SOBRE OS GRANDES CENTROS

é só essa multidão que esbarra
e esbarra em meus ombros
em alguns anos terei os meus ombros
esculpidos pela solidão.

Com-viver

...E assim, seguimos nos enlutando nas perdas do dia a dia.
Perdemos colegas. (nesta situação específica, preciso desviar a atenção de algumas pessoas)
Perdemos amigos.
Perdemos olhares e 'abraçares'.
Ando um tanto acostumada em perder.
Se é bom, não sabemos.
Gostaria de tentar me sentir feliz novamente, um olhar é imprescindível, mas imaginar o que quer que seja não me satisfaz mais, não.
Acho que algumas coisas não perdi, ainda... mas sei que inevitavelmente as perderei.
Sem problemas. Um tempo atrás achava que era eu a responsável por todas as perdas que tive. Hoje sei que não.
Se te perco, me perdes também. Se procuras, procuro também. Esta é a Arte de com-viver. Fico esvaziada, o coração bate e faz doer. Algumas perdas são necessárias, outras não, mas então, me deixa perder... É só o que peço. Prá que logo passe...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

palavra para hoje:

DESAPEGO
necessário, imprescindível, dolorido
ouvir o que outros sentem e que calada deves ficar...
luto é o próximo passo.
chegou a hora...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Hoje fui e voltei em silêncio, pelo menos tentando fazer aquele silêncio de dentro prá fora, sem alertar ninguém que estava indo e vindo, não quero  que me notem, que me vejam, que me percebam. às vezes parece que meu pensamento soa alto demais, ouço-o do lado de fora de mim, se é que isso é possível. Quando alguém me percebeu hoje achei que estaria lendo o que pensava. Fiquei apavorada e tentei sair...

e...só o que eu precisava era de um abraço...

só isso...

domingo, 21 de agosto de 2011

escrito em 22/06/2009

Palavras...

Escrevo as palavras
ou elas sozinhas se escrevem?
Não sei...
Sei que faz bem.
Alivia a intensidade do que sinto
É como se estabelecesse um pacto com elas.
Um segredo,
uma parceria,
uma cumplicidade,
como se já soubessem o que será escrito.

Se alguém ler o que escrito está
torna-se parte de um outro mundo.
O meu mundo...

Eis o Belo das palavras.
Elas eternizam um momento,
um segundo no tempo,
um carinho,
um olhar.

Tudo pode ser ínfimo
porém,
diante do infinito
pula-se do Inferno
para o Ser Eterno.

Algumas Palavras de Ana Akhmátova (1889-1966)

MÚSICA

Algo de miraculoso arde nela, fronteiras ela molda aos nossos olhos. É a única que continua a me falar depois que todo o resto tem medo de estar perto. Depois que o último amigo tiver desviado o seu olhar ela ainda estará comigo, no meu túmulo, como se fosse o canto do primeiro trovão, ou como se todas as flores explodissem em versos.

O ÚLTIMO BRINDE

Bebo ao lar em pedaços
A minha vida feroz
Àsolidão dos abraços
E a ti, num brinde, ergo a voz...
Ao lábio que me traiu
Aos mortos que nada vêem
Ao mundo, estúpido e vil.
A Deus, por não salvar ninguém.

sábado, 20 de agosto de 2011

de hoje até .... não sei

A música, com seus  silêncios eloquentes, parece sempre à frente do ser humano. Esta o atravessa de tal forma a perder-se de vista, transcendendo a própria imaginação humana. Não quero mais ser analisada, muito menos analisar. Por tudo isso,  a música me satisfaz. De agora em diante será assim até o momento de 'parar' de cantar.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Nada

Nada temos a não ser os momentos de estarmos vivos
As lembranças de um passado perdido
e os desejos de um futuro não sabido

Nada temos a não ser as ondas instáveis do mar
A dúvida dos próximos minutos
A incerteza do que não será

Nada temos a não ser a magra criação de um sonho
Os gritos que não chegam ao mundo
Os amores que vivem no exílio

Nada tenho a não ser a solidão das palavras
A perfeita combinação do tempo com o vazio
Que prolifera um inferno dentro de mim

post de hoje há 1 ano atrás, no faceboo

Amar e desaparecer:
eis coisas que andam juntas desde a eternidade. Querer amar é também estar pronto para morrer.
— Nietzsche
o mar é quase amar
amar é quase a maré...

(... não é?)

Ana Yara Campos

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Estrambote Melancólico - CD de A

Tenho saudade de mim mesmo,
saudade sob aparência de remorso,
de tanto que não fui, a sós, a esmo,
e de minha alta ausência em meu redor.
Tenho horror, tenho pena de mim mesmo
e tenho muitos outros sentimentos
violentos. Mas se esquivam no inventário,
e meu amor é triste como é vário,
e sendo vário é um só. Tenho carinho
por toda perda minha na corrente
que de mortos a vivos me carreia
e a mortos restitui o que era deles
mas em mim se guardava. A estrela-d'alva
penetra longamente seu espinho
(e cinco espinhos são) na minha mão.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Un sueño es así:

... un lugar en el interior de nosotros en que podemos hacer lo que nos dá las ganas. Un momento, muchas veces cruel, pues nos corta en lo mejor, en que reemplazamos la tristeza por solo alegría, los deseos por acciones que nos son temerosas en la realidad. Y como hacer cuando quieres que tu sueño sea efectivamente realidad?

domingo, 14 de agosto de 2011

"Quisiera poder decir las palabras que se guardan en el silêncio. Quisiera poder explicar las noches de desvelo y por que miro al cielo buscando una señal. Quisiera poder hacer de un sueño realidad, manos que se alcanzan y ojos que se buscan, como si vinieran de otros eras, robandole al tiempo y al azar segundos de felicidad...!"
Cantando a gente inventa.
Inventa um romance, 
uma saudade, 
uma mentira...
Cantando a gente faz história.
Foi gritando que eu aprendi a cantar:
sem nenhum pudor, 
sem pecado. 
Canto pra espantar os demônios, 
pra juntar os amigos.
Pra sentir o mundo, 
pra seduzir a vida.

(Cazuza)

Ausência - Vinícius de Moraes

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

sábado, 13 de agosto de 2011

Tentando entender algumas coisas para diferenciá-las numa cena psicanalítica (ou será numa cena da vida?)

Êta dificuldade... 

"No rastro da sexualidade caminha o amor ou, como queiram, no rastro do amor caminha a sexualidade. Assim como a meta da pulsão é satisfazer-se a meta do amor é encontrar-se."

Segundo Aristófanes, em vista de haver 3 gêneros em nossa natureza sapien antiga (que possuía em si ambos os gêneros macho e fêmes),  extremamente resistente e ambicioso, num determinado momento comerçaram a conspirar contra os deuses. Zeus viu-se diante de problemas e tomou providências: extinguir o terceiro gênero. Acabou partindo-o ao meio e, até hoje, procuram sua metade perdida.
Pois, então... Todos nós desejamos ser amados, tanto como pacientes como analistas. É nesse momento que me perco. Afinal, quando sou paciente e quando sou desejada de verdade? 
Eu falo e você me ouve, logo nós somos. (Ponge) Beleza! Quem?
 “A gente sabe guardar distância: à mesa, no trabalho, na rua, existe um espaço devido. Se me aproximo demais, coro, desculpo-me. Por que tal distância? Eu quero companhia e quero solidão, mas a distância convencional é menor que a pedida pelo desejo de estar comigo e muito maior que a proximidade consoladora dos amigos que faltam.”  
 (Herrmann,  “Andaimes do Real”, pag.103.)
É como quem se apaixona, que pensa conseguir o impossível. 
Mas, se é impossível, como fazer durar ? 
Só um apaixonado mesmo, louco e fora da realidade... Essa?
Essa sou eu, meus caros...

Pensamentos de hoje

Ando me cansando de interpretar, mas não é possível parar. Vivemos o tempo todo 'lendo' o que as pessoas falam, como agem, como respondem a determinados estímulos e como vamos corresponder a isso sem ultrapassarmos os limites da Moral. Tudo passa, a vida, o tempo, as ligações, os vínculos... Passam mesmo... Os sentimentos, as emoções... até que são lembradas em eventos que se repetem ou melhor... que parecem se repetir.
Bárbaro!
E ... Daí?
Por que nos usamos assim?
Sinto-me usada... Até não me importo desde que eu esteja de acordo. Só isso.
Tem mais... Estou começando a achar que Freud confundiu a 'Transferência"... Só pode ser...
Não acredito que tenha dito tantas coisas como: Amar é uma conduta de 'acompanhar'.
Ora, bolas...
Querem saber?
Penso...Penso...Acabo achando que é louco (ou eu que sou...)

PAI

Tem pai de todo jeito, já viram isso?
Tem pai que cuida,
Tem pai que adota,
Tem pai que esquece e que vai embora
Tem pai que ajuda e que colabora

Tem pai que chora

Aquele que conduz e que orienta
Aquele que dá presente
Aquele que não tem tempo e
que nem sabe como fazer com o seu tempo

Aquele que se perde no tempo

Tem pai 'sem querer'
Por acaso teve que ser
Tem pai por escolha
Tem pai que sabe o que faz
Tem um montão que mal sabe do seu pai

Tem pai que dá carinho
Abraço, e brinca de palhaço
Tem pai que leva no parque
Que vai ver um filme,
Tem aquele que cozinha
Aquele que encanta, que acaricia
e que dá colo

Sim,
tem pai de todo jeito

Mas,

Um filho quer um pai
que saiba quem é seu filho
Que fale, que se cale,
Que olhe, que escute,
Que insista, que não desista.
E que fique na reserva
Para ver o titular.
Heroi de todos os tempos
Amor de todos os dias

Feliz Dia dos pais, todos os dias,
aos pais e aos filhos!!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Hoje me sinto assim ... nada


Hoje o tempo passou por mim
As pessoas passaram por mim
As horas passaram por mim
Os olhos passaram por mim


Só passaram... 
Ficou...
nada

Cheguei a ver a Lua
Mas logo esqueci
Cheguei a ver uma flor
Mas tive que dali sair


Só passei...
Ficou...
nada


Je suis toutes les femmes

(triste, cansada, só e sem vontade de cantar... Qual a diferença para outras mulheres? Achei esta letra no blog de uma amiga e até me senti acompanhada...)
Eu sou todas as mulheres. Eu vivo suas alegrias e seus dramas.
Eu sou sentimental e, às vezes, mulher fatal também,
Pois me condenam se me inflamo frente aos projetores que me atingem o coração a cada noite.
Eu sou todas as mulheres: canto, danço, tudo é um programa.
Sou rainha da discoteca e amiga do Pierrot também -
Pois me perdoam quando eu me entrego,
E eu vivo as minhas canções através das estações da minha vida.
Eu sou todas as mulheres -
Adoro brilhos, strass, telegramas...
A primeira noite, então aquela uma, e a derradeira:
E minha vida de estrela termina na escuridão, quando as luzes se apagam e o silêncio reina na noite.

(Intérprete: Dalida - www.dalida.com.
Composição: Paroles et Musique: Michaele, L.&P.Sebastian. 1980.
Tradução livre da autora.)

terça-feira, 9 de agosto de 2011

"A propósito da escuta em Psicodrama" - Pavlovsky

Como escutar em Psicodrama. Saber de antemão que escutar é não estar atento à boa comunicação com o protagonista, mas a outros ruídos imperceptíveis, a suas opacidades, interfrências, à sua falsa transparência, a seus rítmos e movimentos involuntários. Não só aos movimentos prolixamente desenhados da cena pelo protagonista, mas também aos movimentos travados pelo desenho que escapam permanentemente criando novas linhas de fuga, novas desterritorializações e cartografias do desejo. Sempre chegando ao cume. Essa é a criativa tarefa do diretor da cena. Porém, para realizar todos esses movimentos que tentam integrar novas concepções da cura, haveria que estar treinado para dirigir as cenas mais simples. Sem um treinamento progressivo do acontecer psicodramático não se pode aprender a escapar. Mas durante a aprendizagem é preciso tentar "sensibilizar-se" para prováveis futuras "fugas"

Psicopedagogia em psicodrama

Uma vida vivida até aqui - cena 2

Aos 6 anos de idade iniciei os estudos de piano. Três vezes por semana, uma hora e meia de aula. Um ano preparatório para entrar no estudo do instrumento. Nossa, como cansava. Teoria...Solfejo (de costas para o piano)...Tocar, o mais importante para mim... ficava para depois dos estudos teóricos. Um absurdo!
Porém, quando comecei a tocar, foi indescritível. Sonhava que tocava memorizando as notas. Naquela época não era fácil ter um piano e só quando completei 12 anos ganhei um de parede, antigo, liindo meu piano!
Tocava dia e noite... Meu cachorro me acompanhava cantando, dependendo da música. O que gostava mesmo era de ouvir uma música e tirá-la de ouvido... Porém me era proibida essa façanha. Somente podia tocar estudando as partituras. Passei a odiá-las... Mesmo quando as estudava té saber de memoria e não ter que enxergá-las durante as apresentações ou provas...ficava terrivelmente irritada com aquelas folhas brancas, riscadas pela professora, indicando coisa alguma...
Aos 13 anos fui contemplada no Conservatório com a permissão de tocar no piano de dentro da casa de minha professora e diretora da escola, Dona Aracy Yrulegui. Era ótimo quando ficava sozinha... Ensaiava só o que gostava...Claro...Música Popular (de tangos a chorinhos...uma delícia!). Aos 14 anos não quis mais tocar. Fugi das aulas e disse aos meus pais que não desejava mais fazer aulas de piano. Estava emburrecendo ao invés de tocar melhor... Nada podia. Acabaram concordando, não tiveram saída. Mesmo com os pedidos da Diretora, nada mesmo, sem negociação. Até que 6 meses depois, eu pedi para voltar. Porém deveria ser dentro de minhas próprias condições. Não faria provas, exames, qualquer coisa do tipo para provar para alguém que sabia tocar. Queria apenas tocar e ser orientada a tocar melhor. Todos aceitaram. E assim foi até os quase 16, quando mudei-me para Porto Alegre. Organizaram uma grande despedida, na audição de final de ano na Prefeitura de Livramento. O encerramento ficou a cargo de um professor da escola de acordeon que tocava muito bem o piano, o Jorge (saudade... mudou-se logo para outro mundo). Três acordeons com piano. Estava realmente no ceu tocando meu instrumento. Foram três peças: Dois tangos, claro, os quais aprendi com meu pai, e o tico-tico no fubá. nunca esquecerei ese momento. Meu pai assistiu escondido fora do salão (algo fora do normal mesmo...) e quando terminamos fomos ovacionados.
Saí dali correndo para ver o que diria meu pai...
Nada, absolutamente nada.
Chorei muito.
Nunca mais toquei o piano.

domingo, 7 de agosto de 2011

Paul Gerardy

“A gente começa a amar
Por simples curiosidade,
Por ter lido num olhar
Certa possibilidade.
E como, no fundo, a gente
Se quer muito bem.
Ama quem ama somente
Pelo gosto igual que tem.
Pelo amor de amar começa
A repartir dor por dor,
E se habitua depressa
A trocar frases de amor.
E, sem pensar, vai falando
De novo as que já falou,
E então continua amando
Só porque já começou.”

As palavras parecem seguras para nossos pensamentos e sentimentos?

Às vezes parece que o único lugar seguro é onde estão as palavras. É nelas que deposito meus anseios, minhas dores, meus amores, minhas perdas e sofrimentos, meus quereres e des-quereres, o que aprendo e des-aprendo, o que se renova em mim e tudo o que me faz voltar ao passado, chorar um pouco para então fortalecer a alma e enfrentar os desafios dos relacionamentos em suas várias instâncias e dimensões.
Ao escrever, é como se as palavras absorvessem a dor e morressem, levando-a com elas. Porém, aprecio reler o que escrevi porque aprendo como sou hoje e tudo o que fez parte de minha construção como mulher, mãe e profissional. Temos imensos vazios (distâncias) entre nós, pessoas, e as palavras podem nos aproximar, mas também podem nos afastar.
Somos seres que desejam mais do que podem ter ou mais do que merecem ter, mas...
Não adianta, mesmo assim queremos...
Queremos o que não é nosso, queremos o que não podemos querer...

Hoje, a verdade rola para o lado do "se cuidares de mim e me deres carinho, eu vou amar você", mesmo entre casais que vivem há muito tempo 'juntos'.
Pois digo, então que talvez tenha vivido metade de minha vida até aqui e tenho observado situações em que ter a convicção de pensar que alguém possa amar, desejar o outro apenas por nada, apenas pela pessoa que é ou por algo inexplicável, atração...química, como queiram, é um absurdo, é inaceitável, é transgressor, é...

Amar sem condições.
Amar por apenas gostar.
Amar por admirar.
Será isso possível ainda?

sábado, 6 de agosto de 2011

"Nada tenho a ver com não gostar de mim. Me aceito impura, me gosto com pecados e há muito me perdoei."- MM

Até que houve um tempo em que tudo precisava ser aprovado por alguém. Resquícios disso ainda vivem no meu coração, a única diferença é que não me incomodam mais. Algumas vezes o que falo não é compreendido, mas não importa. Improviso para outro lado e assim vamos... No caminho que a vida me leva e as surpresas que aparecem é que faz mais saboroso o ato de estar viva, de ter que pensar e arriscar e...é muito bom descobrir que ao criar as breves soluções, me sinto viva, me sinto mais forte e, mesmo que por alguns momentos, feliz... bem feliz. Bem Bom!!!

Em tudo isso, tem um lado que me atrapalha, mas ainda encontrarei um equilíbrio no sofrimento, no querer. Preciso de limites, sei disso, limites para falar, limites para desejar, limites para viver... É que fica difícil de imaginar a não possibilidade de tentar... Sou persistente e não sabia... Sou insistente e também não sabia...  Sou resiliente e não sabia... Porém, sou Só ...
e isto  ...
eu já sabia ...

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Eu estou cansada, mas estou bem.
Isso é bom!

    (...) Há sem dúvida quem ame o infinito, 
    Há sem dúvida quem deseje o impossível, 
    Há sem dúvida quem não queira nada — 
    Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: 
    Porque eu amo infinitamente o finito, 
    Porque eu desejo impossivelmente o possível, 
    Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,  
    Ou até se não puder ser... (...)

-Álvaro de Campos-

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Pedaços de letra 16

"Preciso refrear um pouco o meu desejo de ajudar
Não vou mudar um mundo louco dando socos para o ar (...)
 

Aprendi a ser o último a sair do avião (...)
 

Se eu ando o tempo todo aflito, ao menos
 

Aprendi a dar meu grito e a carregar a minha cruz (...)
Se eu ando por aí correndo, ao menos
 

Eu vou aprendendo o jeito de não ter mais aonde ir (...)
 

A velocidade, quando for bom
A saudade, quando for melhor
Solidão: Quando a desilusão chegar" 


Gilberto Gil

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Con freddo e senza la mia voce che ha deciso di andare in giro ... lontano da me ...

Minha voz ... saiu ... Decidiu, assim, sem mais, abriu a porta e foi... Olhou para
trás quando perguntei: - Mas... onde vais? Sua resposta... "Vou sair por aí"  Mais uma vez faço um apelo. Como da outra vez ela viajou e não levou mais que dois dias longe de mim, desta vez pareceu-me tão... decidida...
Se a encontrarem, chamem-na para uma conversa, um bom papo... Ela gosta de um chopinho, portanto podem até convidá-la para tal, mas a aconselhem, por gentileza a voltar para casa. Pode passear, conhecer novos lugares, mas... que volte, please. Preciso dela para sábado, bem bela e bonita.


Obrigada

Para quem quiser saber sobre uma vida vivida até aqui ...

C'era una Volta ... Uma cidade do Sul do RS, fronteira com o Uruguay. Ali me disseram que nasci na Santa Casa, de parto normal após duas tentativas de minha mãe mal sucedidas em ter filhos. Como o 3 é um número importante, então vim ao mundo. Disseram-me que fui muito desejada por meus pais, avós, tios e ... só, já que acabei sendo única em tudo (única neta, única sobrinha, ahh...única filha tbm). Bem... Como ambas famílias eram uruguaias e meus pais casaram-se do lado de lá, bom... sobrou que aprendi primeiro o espanhol (quase que junto com o Italiano) e depois o português para falar com minhas amigas e colegas, pois estudei do lado de cá... Meus avós paternos moravam em Montevideu e sempre íamos: férias; feriados... até que por um tempo vieram morar mais perto de nós. Quando vieram, tínhamos um programa todos os domingos: matinê no Cine Gran Rex de Rivera que hoje não existe mais. Por incrível que pareça, pegou fogo e nunca mais o reconstruíram. Os outros cinemas que vieram depois do lado brasileiro viraram espaços para grandes seitas, Igrejas, como quiserem, se encontrarem em cultos coletivos. Hoje ainda existe, o qual foi revitalizado em outro espaço que não o original, o Cinema Internacional. nunca fui ali... Mas, nas matinês dava de tudo: Desde teixeirinha, Cantinflas aos faroestes americanos e musicais antigos.

Minha avó materna era uma senhora rueira, gostava de pitar um cigarro de noite na casa dos vizinhos. Sim, ela tinha uma agenda e cada dia era a vez de uma casa da vizinhança para ir conversar até perto da meia-noite. Pois eu só dormia quando ouvia o portão do lado ranger e sentia os passos de minha vò Blanca chegando. Sua casa ficava atrás do pátio da nossa, e atrás da casa dela tínhamos galinheiro, cachorros e... até cordeiros criei ali... Puxa...saudade disso...

Ok...continuando... Com meu pai falava espanhol, com minha vó Blanca (uruguaia) falava português, com minha mãe também (professora da escola estadual na qual eu estudava, mas nunca fui sua aluna...ainda bem ehehe. Com 'mis abuelos, claro, espanhol e também italiano con mi Tata.

Minha mãe tem uma história um tanto triste, pois foi 'dada' aos 7 anos de idade aos padrinhos, aos quais quando nasci, passei a chamá-los de avós também. Meu avô materno morreu tocando bandonion nos bailes de campanha...que coisa...34 anos. Minha Vó Blanca não conseguiria cuidar de dois filhos e meu tio com 14 anos nessa época, saiu para trabalhar entregando cartas, primeiro à pé, depois ganhou uma bicicleta do Alceu Collares, que trabalhava com ele.
Toda a família sempre, de alguma forma, foi amarrada à música: minha mãe foi professora de acordeon; meu pai tocava piano numa orquestra de Tango e minha avó paterna era uma soprano lírico, e suas irmãs todas eram cantoras ou pianistas. Uma delas morreu ali, no piano mesmo, tocando ...

Pois não é que com 6 anos eu já tocava piano... Porém, meu 'método' não agradava meu pai. Gostava de tocar de ouvido, improvisando e ele ficava furioso. Depois de alguns anos, acho que uns 6, tentei parar de tocar mas ninguém me deixou. Nem mesmo os professores de piano, do colégio, os amigos... Pressão total, quase fugi de casa... Aliás ...fugi, sim. Ninguém meachou por uma tarde inteira, até de noite... Fiquei com a consciência pesada e apareci... Estava dentro do armário da minha vó, na casa de trás...Enganei toodo mundo...Já estavam nas rádios, no Parque Internacional... Um rolo só...E eu...adorei tudo...

Meus finais de semana eram no campo, na chácara, plantando, pegando vagalumes, passarinhos (soltando todos eles depois), tocando o gado (umas poucas cabeças), o  Touro me tocando...(esse cara não gostava de mim... sempre foi assim, umas boas vezes lá saía eu, correndo daquele safado...)

Na rua que morava brincávamos muito de noite, meus vizinhos queridos e lindos e os amigos da quadra. As brincadeiras da noite eram de esconder, pois é... Eu morria de medo até que um dia me sacanearam e o cara da bolsa estava atrás de mim enquanto contava até 100, encostada na camionete rural do meu vizinho. Deus, nunca mais brinquei com eles... saí na disparada, nunca que me pegaria o barbudo com um sorriso sarcástico no rosto.
De dia, as carretas passavam para deixar o leite que vinha de campanha. Carretas com 4 bois, no mínimo, fazendo aquele som aterrorizante. Então, vejamos... Touro...carretas...o velho da bolsa... Só tinha pesadelos com isso e muitas vezes terrores noturnos terríveis... Ouvia sons de pessoas subindo as escadas... Minha mãe falava alto demais e me assustava à noite... Hoje... por que será que não durmo como deveria???

(não sei que capítulo será este... mas poderia dizer, primeiros anos de uma vida vivida... a minha...)

Bueno, continua... afinal ainda estou viva, bem viva!!!