segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Talvez a felicidade
Tão buscada pela humanidade
Usando-a como justificativa
Para guerras e destruições
Seja simplesmente
Olhar
Abraçar
Amar
Sorrir e...
Perguntar:

- Precisas uma ajuda?

SILÊNCIO

"Cuide para que teu silêncio
Não te traga marcas
Que emudeça a alma
Calando tão belos momentos

Tenha sempre em mente
Que nunca ter sido lembrado
É melhor que esquecido totalmente
Quando se foi tão amado...

Silenciar é uma arte
Que instiga reflexão
Tal qual palavras de sabedoria,
O silêncio provoca uma ação.

Quem trouxe um dia a poesia,
Poderá destruir um coração????

Cuide para que teu silêncio de agora
Não se transforme depois
Em grandes e tristes ecos de dor....
Pois Jamais haverá vitória,
Na derrota do Amor....

Seja sábio ao silenciar
Pois poderá escutar, esses brados do tempo:

_ Minha voz é calma e suave...
Mas não queira ouvir o meu silêncio....
............................É ensurdecedor!!!!!!" (Rose Felliciano)

.

O Silêncio (Terê Penhabe)

O silêncio é uma lâmina
afiadíssima
que vai cortando lascas
pacientemente
do coração da gente.

E apesar de tudo
de ser silêncio
ele é um grito sufocante
aterrorizante
na alma da gente.

Sempre o desejamos
ardentemente
sem esperar, no entanto
displicente
que ele atenda a gente.

O silêncio é na verdade
misterioso
contém muitas histórias
doloridas
sobre a vida da gente.

Estou nesse momento
nos braços do silêncio
agarro-me a ele
com medo de cair
de repente...

Porque apesar de triste
é companheiro
e se temos que ficar assim
esquecidos
que seja no silêncio.

Ele faz parte da gente...

domingo, 29 de novembro de 2009

Preciso escrever senão vou enlouquecer!

Os poetas têm o poder de nos desnudarem (1)

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

Fernando Pessoa

Memória

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

Carlos Drummond de Andrade
Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.

Pablo Neruda

...

Tento despedir-me...
Não consigo ir muito longe
Sinto ciúme...
Dá vontade de gritar

Tudo muda
Tenho que aceitar
Somos diferentes
Não há como evitar

Tento parar de escrever
Não dá...
É a única forma que tenho
De te AMAR!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Calei-me

Calei-me
Por tempo indefinido
Calei-me
Para pensar no que foi vivido

Talvez
Volte a escrever
Talvez
Queira, um dia
Ainda saber

Calar
É aceitar que
Um tempo chegou ao fim
Não queria que fosse assim
Mas, preciso me despedir.

Um pouco de Fernando Pessoa

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada


******************************************
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.


******************************************
Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.
Se me esqueceres,
só uma coisa,
esquece-me
bem devagarinho.

M Q

O Mais é Nada...Fernando Pessoa

Sonhe com as estrelas,
apenas sonhe,
elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento,
ele precisa correr por toda parte,
ele tem pressa de chegar,
sabe-se lá onde.
As lágrimas?
Não as seque,
elas precisam correr na minha,
na sua, em todas as faces.
O sorriso!
Esse, você deve segurar,
não o deixe ir embora, agarre-o!
Persiga um sonho,
mas, não o deixe viver sozinho.
Alimente a sua alma com amor,
cure as suas feridas com carinho.
Descubra-se todos os dias,
deixe-se levar pelas vontades,
mas, não enlouqueça por elas.
Abasteça seu coração de fé,
não a perca nunca.
Alague seu coração de esperanças,
mas, não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-as.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala
O mais é nada.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Melodia e charla

Meu amanhã
é um mate de cambona
lavando a alma...
É o violão
num verso de fronteira
tocando a estância...
É melodia e charla
num fundo de invernada.
É a poesia
noutra campereada.
Um pingo bueno
um cusco, um galpãozito,
uma milonga...
Tempo e saudade
pra tentear pra os lados.
Tento a vontade
pra o feitio dos aperos.
Trevo e flexilha
pra encher os olhos
e cuidar do campo!
Meus silêncios
são sinuelos de aguapés
nas aguadas do meu canto...
É um motivo a mais
a quem dedicar uma canção...

(Mauro Moraes)

domingo, 22 de novembro de 2009

........

Vivo cada dia
pensando em como
ser e fazer melhor
do que fui e fiz
no dia anterior.

Penso em ler mais,
desejo amar mais,
tento racionalizar mais,
procuro manter sentimentos
que me deixam feliz,
que fazem bem ao coração,
à mente e ao espírito.

Algumas pessoas
tormam-se importantes um dia,
mesmo perto.
Outras todos os dias,
mesmo distantes.

Tenho medo,
mas não de morrer...
Tenho é medo de te perder.

sábado, 21 de novembro de 2009

Não entendo, mas aceito.

Escrevo
Pergunto
Espero
...
Nada

Insisto
Escrevo de novo
Pergunto de outro jeito
Espero
...
Nada

Parei de escrever
Não entendo
Desisto
...

Fica tranquilo
O silêncio
me venceu
Queria manter
Um amor
um amigo

Agora
O nada
Tornou-se
Real

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Besos (Gabriela Mistral, parte de um poema...).

Hay besos que pronuncian por sí solos
la sentencia de amor condenatoria,
hay besos que se dan con la mirada
hay besos que se dan con la memoria.

Hay besos silenciosos, besos nobles
hay besos enigmáticos, sinceros
hay besos que se dan sólo las almas
hay besos por prohibidos, verdaderos.

Hay besos que calcinan y que hieren,
hay besos que arrebatan los sentidos,
hay besos misteriosos que han dejado
mil sueños errantes y perdidos.

Hay besos problemáticos que encierran
una clave que nadie ha descifrado,
hay besos que engendran la tragedia
cuantas rosas en broche han deshojado.

Hay besos perfumados, besos tibios
que palpitan en íntimos anhelos,
hay besos que en los labios dejan huellas
como un campo de sol entre dos hielos.

Hay besos que parecen azucenas
por sublimes, ingenuos y por puros,
hay besos traicioneros y cobardes,
hay besos maldecidos y perjuros.

Judas besa a Jesús y deja impresa
en su rostro de Dios, la felonía,
mientras la Magdalena con sus besos
fortifica piadosa su agonía.

Desde entonces en los besos palpita
el amor, la traición y los dolores,
en las bodas humanas se parecen
a la brisa que juega con las flores.

Hay besos que producen desvaríos
de amorosa pasión ardiente y loca.
Besos de llama que en rastro impreso
llevan los surcos de un amor vedado,
besos de tempestad, salvajes besos
que solo labios que se quieren
los han probado.

...

por que el silencio?

El silencio del mar
brama un juicio infinito
más concentrado que el de un cántaro
más implacable que dos gotas

ya acerque el horizonte o nos entregue
la muerte azul de las medusas
nuestras sospechas no lo dejan

el mar escucha como un sordo
es insensible como un dios
y sobrevive a los sobrevivientes

nunca sabré que espero de él
ni que conjuro deja en mis tobillos
pero cuando estos ojos se hartan de baldosas
y esperan entre el llano y las colinas

o en calles que se cierran en más calles
entonces sí me siento náufrago
y sólo el mar puede
salvarme

(Mario benedetti)

Minha inspiração está se esvaindo...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

mais um final de ano

Mais um ano chega ao fim,
mais uma vez aquela emoção

Rostos pequenos se despedem
com lágrimas nos olhos

Deixam em mim
um pouco de seus sentimentos,
suas marcas,
seus sofrimentos.

Conheço-os, um por um
pelos olhos, pelas palavras

Vão meus queridos
Se cuidem no ano que vem.

Estarei sempre ali
Ou aqui...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Saudade de um mate...

...feito pelo olhar
que no caração bate.

união de poesia
e canção.

Faz um mate prá mim?

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

FIM

Hoje dei-me conta
Chegou o fim...

Fim de um poema
Fim de uma canção
Fim de um tempo
Fim de uma ilusão

Fim de um amor
Fim de uma amizade
Fim de um sonho
Fim de uma vontade

Simplesmente...

O FIM

domingo, 15 de novembro de 2009

tempo

O tempo
tem seu tempo.
A vida dura um tempo,
e a morte acaba com ele.

Só o tempo
ajuda a realizar sonhos,
só os sonhos
acreditam no tempo.

A distância separa por um tempo,
O tempo separa para sempre.
Hoje, queria sonhar menos,
para matar o tempo,
antes que ele me mate.

A FLOR

Oh, linda flor
que nasce no campo,
para mim
não causa espanto.

És sim, de pura e rara beleza
e como um encanto da natureza,
demonstras tua ingenuidade
quando escondes tua vaidade.

Resistes aos ventos,
transcorres aos tempos
e não tens espinhos,
pois teus caminhos te levam ao amor.

Amor gentil,
que em teu olhar
verdadeiro
é sutil.

Explica a tua existência
e que lá longe na tua ausência
se resume em dor,
oh, minha amada flor!

Tens um perfume
que parece magia,
que mesmo sem querer
a todos contagia.

E como se fosses
um relâmpago de alegria,
nos levando lá
pro lado da fantasia.

Nos transformas em felicidade
deixando o mundo sem maldade
e muito mais risonho,
porque tudo isso
nunca passou de um sonho.

(Mesmo assim, queria ser a flor dos teus sonhos...)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Dá medo...

Das incertezas do dia seguinte
Do viver sem sentido, sem razão
Da monotonia das noites vazias
Sem esperança ou motivação.

Dá medo...

De perder as palavras totalmente
E romantismo nelas, não mais haver
Dos pensamentos não te alcançarem
E dos meus olhos, você esquecer.

Dá medo...

De não achar refúgio nas tempestades
E nas revoltas ondas do mar dolente
Sofrer a angústia torpe de perceber
O frio cortante do seu olhar ausente.

Dá medo...

De sufocado e envolvido pela cupla
O amor seja varrido totalmente
E nossos sonhos serem todos banidos
E levados de nós pelo vento quente.

Dá medo...

De nossas almas fadadas ao exílio
Em cem, mil dias de solidão
De lágrimas vertidas, inutilmente
De sentir frio e vazio o coração.

Dá medo...

De no limiar da minha vida, concluir
Que o anoitecer esperado foi esquecido
Que a porta, sempre aberta, não existiu
De nas suas madrugadas, eu nunca ter existido.

Dá medo, sim!
(Gloria Salles)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Não é que o mundo seja só ruim e triste. É que as pequenas notícias não saem nos grandes jornais. Quando uma pena flutua no ar por oito segundos ou a menina abraça o seu grande amigo, nenhum jornalista escreve a respeito. Só os poetas o fazem. (Rita Apoena)

Felix Mendelssohn Bartholdy: Verleih uns frieden gnaediglich

Verleih' uns Frieden gnädiglich,
Herr Gott, zu unser'n Zeiten,
Es ist doch ja kein Ander' nicht,
Der für uns könnte streiten,
Denn du, unser Gott alleine.

In these our days so perilous,
Lord, peace in mercy send us;
No God but thee can fight for us,
No God but thee defend us;
Thou our only God and Saviour

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

DESPEDIDA!

Para bom entendedor...

Quando chegamos, dizemos oi,
bom dia, boa tarde...

Quando saímos, dizemos tchau,
até mais, até amanhã...

Sei que às vezes chegamos sem dizer uma palavra e saímos calados.
Aliás, pessoas queridas sempre se vão, não sei se
sou eu que chego sempre tarde, ou é assim que deve ser.

Que seja...

Mas, espero que quando chegue a hora de ir embora,
receba um tchau,
para que eu possa dizer...
...se cuide e seja feliz!

sábado, 7 de novembro de 2009

AMAR?

Não me tirem, por gentileza, o direito de amar.
Dia desses, nesta semana mais precisamente, ouvi
de um colega ligado a grupos de jovens, que quando
desejas dar alguma tipo de sentimento a alguém, sempre,
vejam bem, sempre pedirás algo em troca. Será mesmo?
Será que ele sabe o que é Amor?
Discordei e continuo discordando. Muitos jovens sabem
e conversam sobre isso. Eles perguntam aos adultos se sabem
o que é amar, pois observam, pensam, ainda bem!

Claro que precisamos do toque, do olhar,
do beijo, do abraço.
Mas, o mais importante é abrir o coração
para um sentimento, muitos dirão solitário,
não importa...
Solitário somos todos.
Aliás...azar de quem não sente e, mais ainda, não sabe que é amado.

Quem é mais infeliz?
O que ama por amar,
o que ama e precisa ser amado,
ou o que ignora ser amado?

afinal...O que é Amar?

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Enquanto leio...

Memórias de Subsolo - Dostoiévski

“Juro-vos senhores que uma consciência muito perspicaz é uma doença, uma doença autêntica, completa. Para uso do cotidiano seria mais do que suficiente a consciência humana comum...”(p. 68).

“Existem nas recordações de todo homem coisas que ele só revela aos amigos. Há outras que não revela mesmo aos amigos, mas apenas a si próprio, e assim mesmo em segredo. Mas também há, finalmente, coisas que o homem tem medo de desvendar até a si próprio: e, em cada homem honesto, acumula-se um número bastante considerável de coisas no gênero. E acontece até o seguinte: quando mais honesto é o homem, mais coisas assim ele possui.”(p.99).

Verdade, Mentira

Verdade, mentira, certeza, incerteza...
Aquele cego ali na estrada também conhece estas palavras.
Estou sentado num degrau alto e tenho as mãos apertadas
Sobre o mais alto dos joelhos cruzados.
Bem: verdade, mentira, certeza, incerteza o que são?
O cego pára na estrada,
Desliguei as mãos de cima do joelho
Verdade mentira, certeza, incerteza são as mesmas?
Qualquer cousa mudou numa parte da realidade — os meus joelhos
e as minhas mãos.
Qual é a ciência que tem conhecimento para isto?
O cego continua o seu caminho e eu não faço mais gestos.
Já não é a mesma hora, nem a mesma gente, nem nada igual.
Ser real é isto.

Alberto Caeiro

Pô...isso não se faz!

Deixar os dias passarem
Sem um sinal sequer
A saudade vem
Fica amarrada no coração
Mas uma hora desamarra
E liberta-se da solidão

Passaram alguns dias
Senti saudade
Quando cheguei
Percebi que só eu senti


Mas, saudade é solitária
Senão, não seria saudade
Desta forma
Me conformo