domingo, 29 de agosto de 2010

"Há um silêncio dentro de mim, e esse silêncio tem sido a fonte de minhas palavras."

...Mas não sou completa,não.
Completa lembra realizada.
Realizada é acabada. Acabada é o que não se renova a cada instante da vida e do mundo. Eu vivo me completando... mas falta um bocado.

Falta sim...
Por isso canto
Por isso escrevo
Por isso amo
e me apaixono o tempo inteiro
por isso preciso de amigos
Eles são a fonte da esperança
a fonte prá acreditar que vale a pena
estarmos vivos.
Por isso.

sábado, 21 de agosto de 2010

era uma vez uns olhos

um dia olhei uns olhos
que do nada
sem ter razão
me olharam com uma interrogação

hoje sonhei com eles
olhos que não saem
da foto gravada
que deixaram em meu coração

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Por que não?

...E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos...

Pablo Neruda

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Até a Shakira ajuda...

Mil años no me alcanzarán
Para borrarte y olvidar

Y ahora estoy aquí
Queriendo convertir
Los campos en ciudad
Mezclando el cielo con el mar

...

Estoy aquí quierendote
Ahogándome
Entre fotos y cuadernos
Entre cosas y recuerdos
Que no puedo comprender

Estoy enloqueciendome
Cambiándome un pie por la cara mía
Esta noche por el día
Que nada le puedo yo hacer

PROJETO DE PREFÁCIO

Sábias agudezas... refinamentos...
- não!
Nada disso encontrarás aqui.
Um poema não é para te distraíres
como com essas imagens mutantes de caleidoscópios.
Um poema não é quando te deténs para apreciar um detalhe
Um poema não é também quando paras no fim,
porque um verdadeiro poema continua sempre...
Um poema que não te ajude a viver e não saiba preparar-te para a morte
não tem sentido: é um pobre chocalho de palavras.

Mario Quintana

domingo, 15 de agosto de 2010

Mário Benedetti 2 - Por que cantamos?

Si cada hora viene con su muerte
si el tiempo es una cueva de ladrones
los aires ya no son los buenos aires
la vida es nada más que un blanco móvil

usted preguntará por qué cantamos

si nuestros bravos quedan sin abrazo
la patria se nos muere de tristeza
y el corazón del hombre se hace añicos
antes aún que explote la vergüenza

usted preguntará por qué cantamos

si estamos lejos como un horizonte
si allá quedaron árboles y cielo
si cada noche es siempre alguna ausencia
y cada despertar un desencuentro

usted preguntará por que cantamos

cantamos por qué el río está sonando
y cuando suena el río / suena el río
cantamos porque el cruel no tiene nombre
y en cambio tiene nombre su destino

cantamos por el niño y porque todo
y porque algún futuro y porque el pueblo
cantamos porque los sobrevivientes
y nuestros muertos quieren que cantemos

cantamos porque el grito no es bastante
y no es bastante el llanto ni la bronca
cantamos porque creemos en la gente
y porque venceremos la derrota

cantamos porque el sol nos reconoce
y porque el campo huele a primavera
y porque en este tallo en aquel fruto
cada pregunta tiene su respuesta

cantamos porque llueve sobre el surco
y somos militantes de la vida
y porque no podemos ni queremos
dejar que la canción se haga ceniza

sábado, 14 de agosto de 2010

Mário Benedetti

Más de una vez me siento expulsado y con ganas
de volver al exilio que me expulsa
y entonces me parece que ya no pertenezco
a ningún sitio, a nadie.
¿Será en indicio de que nunca más
podré no ser un exiliado?
¿Qué aquí o allá o en cualquier parte
siempre habrá alguien que vigile y piense,
éste a qué viene?
Y vengo sin embargo tal vez a compartir cansancio y vértigo
desamparo y querencia
también a recibir mi cuota de rencores
mi reflexiba comisión de amor
en verdad a qué vengo
no lo sé con certeza
pero vengo.

domingo, 8 de agosto de 2010

Meu Pai!

Meu Pai era um homem inteligente, elegante e envolvente.
Rígido quanto às questões sobre Educação e cidadania.
Conhecia o mundo e queria que eu conhecesse também. Dizia ser a melhor forma de aprender sobre a vida. Sempre lhe dei razão, nunca discordei, mesmo quando brigávamos em Português e Espanhol...Só imaginem o que era...
Tocava o piano como ninguém, e cantava melhor ainda. Sempre dizia que eu desafinava e me explicava como deveria fazer. Era requintado, sabia tudo sobre etiqueta, frequentava ambientes sociais diversos e muitas vezes me levou junto e procurava ensinar-me. Dizia: Mirame y tenés que hacer igual.
Ai...Deus...Que ansiedade era. Achava que não ia conseguir mas sempre dava certo. Andamos por muitos países, minha mãe tinha medo de avião, acabávamos indo só nós. Veneza; Milano; Roma; Paris; NYC; Boston; Madrid; Lisboa; Ilhas Canárias; Todo Uruguay e casi toda Argentina. Brasil, então...
Que saudade de conversar sobre política com ele, sobre filosofia...Como aprendia...
Sempre chega essa época e fico assim...Com saudade do jeito uruguaio de meu pai... Beijo Pai!!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ausência

"Não há falta na ausência...Ninguém a rouba mais de mim."
Se Drummond diz, não vou discutir. Já que é tudo o que me resta.
A ausência passa a ser um existir em si mesma, assim, eu a tenho.
Talvez, minha única chance de ser feliz esteja em apenas pensar que sou.

domingo, 1 de agosto de 2010

Fazer Poesia - Rinaldo Pedro

Fazer poesia é brincar,
é voltar a ser criança,
fazer poesia é sonhar,
voar de pijama.

Fazer poesia é dormir acordado,
expressar-se calado,
estar na hora certa, atrasado.

Fazer poesia é andar sem sair,
é chegar sem partir,
é falar sem mentir,
é o côncavo e o convexo...
fazer poesia é o errado dá certo,
quem sabe, é a pureza com o sexo.