terça-feira, 11 de outubro de 2011

Sonhos da Menina

A flor com que a menina sonha está no sonho? ou na fronha? Sonho risonho: O vento sozinho no seu carrinho. De que tamanho seria o rebanho? A vizinha apanha a sombrinha de teia de aranha . . . Na lua há um ninho de passarinho. A lua com que a menina sonha é o linho do sonho ou a lua da fronha?

Cecilia Meireles

só, que vira pó

Não foi fácil. Nada é fácil.

Estou convicta que minha vida é uma ilusão. Só pode ser.


É preciso olhar para a lua e tentar compreender que ela está lá para iluminar a escuridão que tenta tomar conta das mentes e dos corações. Hoje, sozinha, acompanhada ou não, completamente só... O medo, a vergonha, a ridícula sensação de ser atravessada por pensamentos que me deixam vexada. Ultrapasso os limites possíveis da sanidade e da loucura e, juro, gostaria de não estar aqui mais...  
Só. Revertemos ao pó. essa é a vida. Tudo acaba.


Acabou.
(O que não entendo é porque ainda choro...)

Pedaços de letra 19

Bwana, Bwana
Me chama que eu vou 
(...)

Sou guiada pela paixão
Não tenho culpa pela volúpia
Volúpia...


Eu tenho um defeito
É não saber parar


Faço tudo por amor 


Essa é a Rita Lee, eu não faço mais. 
É bom ter esses insights, tranquilizam e acalmam o coração.

Penso, logo hesito

Por isso é melhor não pensar antes, só no instante. Mas, como?
Mesmo pensando antes, só entendo no instante exato.  O que penso antes só me causa ansiedade, dor, fantasmas rondam minha cabeça e meus ouvidos... Mesmo assim não tenho receio mais de chegar ao que desejo. Tinha, até talvez ainda tenha, mas o impulso do desejo é muito maior que qualquer medo. O medo que tenho não sei ainda bem qual é, mas vou descobrir uma hora dessas...
Talvez seja do que está só no sonho e não no real. Compreendo que há diferença, mas  DIFERENÇA EM MIM, portanto, fico dividida entre o que é e o que não é ou o que pode não ser... Muita viagem... Mas é assim que sou, que sinto, que vejo, que amo, que me apaixono, que olho... É assim.
Isto me atrapalha diante dos outros que não querem entender, ou que não conseguem...

Em Música, chamamos de 'ligadura' algo que pode traduzir-se por pontes na vida, pode ser uma maneira de unir o sonho com o real, também pode mantê-los distantes, um em cada ponta, sem se cruzarem, sem se tocarem, sem se amarem. Acho perigoso o real sem sonhar, e o sonho sem a realidade. Sei que é sofrível, dolorido.

Mas... ao menos é possível de se voar... Sonhei muito quando pequena que voava sobre a cidade, sobre minha casa. Sonhos que quando acordava deles me deixavam felizes, pois, voava, mas voltava... Tão bom!

Hoje tenho receio de voar, porque não sei se volto. A dor que tenho é essa: a de querer voar e não querer não saber o que pode acontecer...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Hoje Pedaços de letra 18

Hoje preciso de você
Com qualquer humor
Com qualquer sorriso
Só tua presença
Vai me deixar feliz.

Preciso te beijar na boca
Preciso te abraçar
Esquecer os meus anseios
E dormir em paz

Hoje preciso ouvir uma palavra tua
Qualquer frase exagerada
Que me faça sentir alegria
Hoje preciso tomar um café
Ouvindo você suspirar
Sei que faço tudo errado sempre
Sempre....

É melhor...

Acho melhor não amar mais...
Isso significa: menos erros, mais calma, menos ansiedade, mais paciência, menos ciúme e mais amizade.
É melhor mesmo... Há muito não me via assim...Entre altos e baixos... Dizendo coisas que nunca disse antes e fazendo absurdices, oras. Melhor não amar. E que ninguém me diga o contrário, pois o que sinto, só eu sinto. Doi, muito... Doi...
Esta é a conclusão de hoje.

domingo, 9 de outubro de 2011

Hoje

Hoje feliz, calma, tranquíla. Sem atropelos, pensando na vida com minha filha. Quem quiser que chegue, quem não quiser que fique de fora. Será assim de agora em diante. Viver o dia. O que tem me atrapalhado é não conseguir administrar o tempo que não tenho, mas isso é apenas por um tempo...

Um dia... Foi assim...
Eu vi, o tempo passou por mim.
Hoje, ao menos hoje não será assim
Eu passarei por ele do meu jeito.

Tempo:
Não tenho o que pedir
Apenas a dizer que perdes tempo comigo
Pois podes passar, sem problemas
Ao menos até amanhã...
Amem

Sou toda ouvidos (quem me dera...)

Diz um certo autor, e dou-lhe toda razão, que o maior desejo das pessoas é que sejam escutadas, tranquilamente, calmamente. Não querem conselhos, apenas o silêncio da escuta bonita, vejam bem: escuta bonita!
Nós amamos, não a pessoa que fala bonito, mas a que escuta bonito".
É preciso escutar para falar bonito. Entendo isso... É como se o amor nascesse do silêncio da escuta e morresse na atrapalhação da Não-escuta (assim entendo o que diz Rubem Alves). A doença hoje está no nervo central da necessidade de serem escutadas elegantemente. Se não falamos é porque não há quem nos ouça mais.
Amamos porque falta em nós  o que é pleno, por isso precisamos amar, para nos sentirmos completos. E mesmo asim, não acontece essa tal de 'completude'.
Amar, portanto é fazer silêncio, como aquele silêncio ao ouvirmos uma obra musical, no teatro. É o silêncio esse que muitas vezes incomoda que nos faz prestar atenção no que é mais importante, e não em tudo. Quando ouvimos, apreciamos uma peça musical, se ficarmos atentos a todas as suas partes, temas, melodias, começa assim, desenvolve-se de tal forma que ...Ao final o compositor busca o tema principal e ... Nada disso. Devemos nos entregar a toda a obra de tal forma que nos inunde de sentimentos, que nos absorva em sua plenitude, com tudo.
Só assim, escutaremos o essencial; perceberemos o que significa a essência da obra, que provavelmente foi feita sobre as vestes do amor.

Ouçamos Fernando Pessoa:

Cessa o teu canto.
Cessa, porque enquanto
o ouvi, ouvia
uma outra voz
como que vindo nos interstícios
do brando encanto
com que o teu canto
vinha até nós.
Ouvi-te e ouvi-a
No mesmo tempo
E diferentes
Juntas a cantar.
E a melodia
Que não havia
Se agora a lembro,
Faz-me chorar.

Devemos aprender a sentir a música e não a entender as palavras.

sábado, 8 de outubro de 2011

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Hoje, amanhã...Qualquer dia...Qualquer hora... Preciso dela.

Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.(quase morro de angústia, e cheguei ao limite...)
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!

Preciso do que não me é possível ter neste momento.
Tampouco posso oferecer muita coisa...Bem que gostaria...
Portanto, preciso aprender a desfazer o desejo. Não deve ser muito difícil, não. Vou pensar numa possibilidade...

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Improviso no Plural

Sobra um NÓ bem no meio do peito
Que aperta de um jeito 
Clamando por outro jeito
De não achar mais falta
Que a falta do S faz
Desfazendo o aperto
Da saudade de um plural
Que só o 'NÓS' consegue
Para o amor, de si mesmo...
Libertar

Umas gotas de Rita Apoena

"Ela afundou o corpo nele o mais que pôde, como se assim pudesse aprisionar um instante, como se assim pudesse aprisionar o amor. E ele, querendo as respostas que a vida não lhe entrega e que só uma mulher é capaz de abrigar dentro de si, puxou os seus quadris com a ânsia de escorregar para dentro dela e ali ficar. Só uma fêmea é capaz de dividir-se assim ao meio: a metade de baixo a sobrepor-se forte, desfalecendo as resistências do macho e a de cima a ampará-lo doce, beijando e acarinhando os medos de um filhote."

 "— E você, por que desvia o olhar?

(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarra-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)

— Ah. Porque eu sou tímida."



"Quando você se sentir sozinho, pegue o seu lápis e escreva. No degrau de uma escada, à beira de uma janela, no chão do seu quarto. Escreva no ar, com o dedo na água, na parede que separa o olhar vazio do outro. Recolha a lágrima a tempo, antes que ela atravesse o sorriso e vá pingar pelo queixo. E quando a ponta dos dedos estiverem úmidas, pegue as palavras que lhe fizeram companhia e comece a lavar o escuro da noite, tanto, tanto, tanto... até que amanheça."

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Minhas mãos

Gosto de ouvir aquele som que parece vir das ondas do mar, quando encosto uma mão na outra e as fecho em concha pertinho do ouvido. É como se o mar conversasse comigo e me contasse os segredos do futuro. Pois quando penso nele, no futuro, me vem sempre em segredo as possibilidades de felicidade ou tristeza. Mais de tristeza que de felicidade... Já sei que sempre termina assim, tudo sempre foi assim quando se trata de coisas do coração. 
Quando criança nada disso acontecia. Apenas ouvia o mar. Via o mar. Vivia no mar. Hoje vivo-o em sonho, para frente ou para trás... Aprendi com o tempo e por necessidade, a acreditar no que sinto decifrando comportamentos e observando gestos e olhares. Muitos se repetiam e o que vinha depois... Também. Juntando o antes e o depois ficou fácil. O ser humano é tão simples de atravessar que chega a ser ridículo. Eu também, sou incrivelmente ridícula, pois o que faço e o que digo é de uma transparência que não é possível muitas vezes me ver ao espelho. Ainda bem... Não quero ver-me quando faço coisas ridículas e absurdas...  Gostaria de ser mais misteriosa. Goataria de não estar aqui hoje, onde estou. Goataria de tantas coisas que não são, tampouco estão, que não será possível mais viver assim. Algo terá que mudar... O quê?
Não sei. Talvez eu... Mas... Se eu resolver mudar, mudo tudo mesmo. Mudo de casa, de cidade, de profissão, de amigos e de paixão. Talvez me fosse, só assim, possível ser feliz mais tempo do que hoje... Mais dias do que o último que fui feliz... Mais vidas do que a minha vida...

Tudo isso porque gosto de ouvir o som de minhas mãos juntas em forma de concha... Quem sabe, que mistérios se escondem em minhas mãos? Elas sentem o mundo, tocam e vibram com os amores e as paixões, mas não falam comigo para me dizerem: É hora de ir embora. Será que é porque ainda não é?