quarta-feira, 29 de junho de 2011

Minhas mãos pedem palavras ....

Procuro algumas coisas, acho outras que não pensava existirem. O que é isso?
O que neste momento estou a fazer é literalmente derrubando uma carga emocional sobre estas palavras que escrevo para mim mesmo. Tornam-se símbolos meus. Quem as ler provavelmente não compreenderá o tamanho de minhas emoções, quase impossível. Até melhor não compreenderem, pois dirão: isso não existe...

Às vezes sinto uma intoxicação no que penso, no que faço, como se estivesse poluída de palavras sem sentido que passam por meus ouvidos e começam a debaterem-se no cérebro. Foi assim no último ensaio antes da última apresentação. Não consegui mais cantar. Achei que não daria certo. Assim como algumas vezes não consegui ficar numa sala de aula com pessoas falando absurdices de tal essência que me assustei...

Desejo saber, e fico coberta de ansiedade por dar-me conta de tudo que não sei.
Choro ........

Desconheço tantas coisas, como saber o que aprendi até agora, se o que aprendi já se desfez?
Hoje não tenho espaço no meu coração nem em minha mente para aprender o que quer que seja.

Perdi para mim mesma... Não quero dormir ....
"Você precisa se habituar às notas, e depois esquecê-las"

(Professor Parker a David Helfgott, em "Shine")

http://www.gradiva.com.br/site/scripts/mus2.htm

terça-feira, 28 de junho de 2011

Um sonho

Não preciso de muito, mas algumas coisas são importantes...

Um tempão cantando e uma obra que significa uma Maratona de canto,, claro, preciso não sentir os pés gelados, o corpo tremendo de frio como hoje e as desafinações de todos. Espero que o frio seja o responsável, não sei...
Bem, um abraço devagar, em que cada parte que chega perto vai sentindo-se aos poucos, um beijo bem dado com uma pegada que leva a qualquer lugar fora da realidade. Uma voz que te fala ao ouvido, dois copos e um vinho. Prá que mais?

Muito pouco para quem deseja se feliz. Apenas ...um sonho!

sábado, 25 de junho de 2011

"eine Art deutsches Requiem (um tipo de réquiem alemão)"

– CHOR
Selig sind, die da Leid tragen,
denn sie sollen getröstet werden.
(Matthäus 5, 4)

Die mit Tränen säen,
werden mit Freuden ernten.
Sie gehen hin und weinen,
und tragen edlen Samen,
und kommen mit Freuden
und bringen ihre Gaben.
(Psalm 126, 5-6)
I. CORO
Bem-aventurados os que sofrem aflições,
porque serão consolados.
(Mateus 5:4)

Os que com lágrimas semeiam,
com alegria colherão.
Vão andando e chorando
quando levam a nobre semente,
mas voltam com alegria
trazendo os seus feixes.
(Salmos 126:5-6)
II – CHOR
Denn alles Fleisch es ist wie Gras
und alle Herrlichkeit des Menschen
wie des Grases Blumen
Das Gras ist verdorret,  und die Blume abgefallen.
(I Petrus 1, 24)

So seid nun geduldig, liebe Brüder,
bis auf die Zukunft des Herrn.
Sieh, ein Ackermann wartet
auf die köstliche Frucht der Erde
und ist geduldig darüber
bis er empfahe den Morgenregen und Abendregen.
So seid geduldig.
(Jakobus 5, 7)

Denn alles Fleisch es ist wie Gras
und alle Herrlichkeit des Menschen
wie des Grases Blumen
Das Gras ist verdorret
und die Blume abgefallen.
Aber des Herrn Wort bleibet in Ewigkeit.
(I Petrus 1, 24-25)

Die Erlöseten des Herrn werden wiederkommen
und gen Zion kommen mit Jauchzen;
ewige Freude wird über ihrem Haupte sein;
Freude und Wonne werden sie ergreifen,
und Schmerz und Seufzen wird weg müssen.
(Jesaja 35, 10)
II – CORO
Porque toda carne é como a erva
e toda a glória do homem
é como as flores do campo.
A erva seca, e a flor cai.
(I Pedro 1:24)

Assim, então, sede pacientes, queridos irmãos,
até a vinda do Senhor.
Olhai o lavrador que espera
o estimado fruto da terra
e é paciente na espera,
enquanto recebe a chuva da manhã e da tarde.
Assim então, tende paciência.
(Tiago 5:7)

Pois toda carne é como a erva
e toda a glória do homem
é como as flores do campo.
A erva seca
e a flor cai.
Mas a palavra do Senhor perdura eternamente.
(I Pedro 1:24-25)

Os resgatados do Senhor voltarão,
e virão  a Sião com júbilo;
eterna alegria estará sobre suas cabeças;
Alegria e felicidade estarão com eles,
e a dor e o pranto deles fugirá.
(Isaías 35:10)
III - BARITON UND CHOR
Herr, lehre doch mich, dass ein Ende mit mir haben muss,
und mein Leben ein Ziel hat, und ich davon muss.
Siehe, meine Tage sind einer Hand breit vor dir,
und mein Leben ist wie nichts vor dir
Ach, wie gar nichts sind alle Menschen,
die doch so sicher leben.
Sie gehen daher wie ein Schemen,
und machen ihnen viel vergebliche Unruhe:
sie sammeln und wissen nicht wer es kriegen wird.
Nun Herr, wes soll ich mich trösten?
Ich hoffe auf dich.
(Psalm 39, 5-8)

Der Gerechten Seelen sind in Gottes Hand,
und keine Qual rührte sie an.
(Weisheit Salomos 3, 1)
III - BARÍTONO E CORO
Senhor, mostra-me, então, que devo ter um fim,
que minha vida tem um objetivo, e que devo partir.
Eis, meus dias são como um palmo para Ti,
e minha vida é nada diante de Ti.
Ah, todos os homens são como o nada,
e, contudo, vivem tão seguros!
Eis que desaparecem como uma sombra
e, entretanto, preocupam-se em vão;
armazenam e não sabem quem o recolherá.
Então, Senhor, quem poderá consolar-me?
Eu espero em ti.
(Salmos 39:4-7)

As almas dos justos estão nas mãos de Deus
e nenhum padecimento lhes afeta.
(Sabedoria 3:1)
IV – CHOR
Wie lieblich sind deine Wohnungen,
Herr Zebaoth!
Meine Seele verlanget und sehnet
sich nach den Vorhöfen des Herrn;
mein Leib und Seele freuen sich
in dem lebendigen Gott.
Wohl denen, die in deinem Hause wohnen,
die loben dich immerdar.
(Psalm 84, 2, 3 und 5)
IV - CORO
Que amáveis são as tuas moradas,
Senhor dos Exércitos!
Minha alma anela e suspira
pelas ante-salas do Senhor,
meu corpo e minha alma alegram-se
no Deus vivo.
Bem-aventurados os que na tua casa habitam,
que te louvam eternamente.
(Salmos 84:1-2 e 4)
V - SOPRAN UND CHOR
Ihr habt nun Traurigkeit;
aber ich will euch wieder sehen
und euer Herz soll sich freuen
und eure Freude soll niemand von euch nehmen.
(Johannes 16, 22)

Sehet mich an:
Ich habe eine kleine Zeit
Mühe und Arbeit gehabt,
und habe grossen Trost gefunden.
(Jesus Sirach 51, 35)

Ich will euch trösten,
wie einen seine Mutter tröstet.
(Jesaja 66, 13)
V - SOPRANO E CORO
Agora estais em tristeza,
mas voltarei a ver-vos
e vosso coração regozijar-se-á
e a vossa alegria ninguém poderá tirar .
(João 16:22)

Vede:
Tive um breve tempo
no qual labutei e trabalhei,
e encontrei um grande consolo.
(Eclesiástico 51:27)

Consolar-vos-ei
como uma mãe consola.
(Isaías 66:13)
VI - BARITON UND CHOR
Denn wir haben hie keine bleibende Statt
sondern die zukünftige suchen wir.
(Hebräer 13, 14)

Sieh, ich sage euch ein Geheimnis:
Wir werden nicht alle entschlafen,
wir werden aber alle verwandelt werden;
und dasselbige plötzlich in einem Augenblick
zu der Zeit der letzten Posaune.
Denn es wird die Posaune schallen
und die Toten werden auferstehen unverweslich,
und wir werden verwandelt werden.
Dann wird erfüllet werden das Wort,
das geschrieben steht:
Der Tod ist verschlungen in den Sieg.
Tod, wo ist dein Stachel?
Hölle, wo ist dein Sieg?
(I Korinther 15, 51 und 52, 54 und 55)

Herr, du bist würdig
zu nehmen Preis und Ehre und Kraft;
denn du hast alle Dinge geschaffen,
und durch deinen Willen haben sie das Wesen
und sind geschaffen.
(Offenbarung Johannes 4, 11)
VI - BARÍTONO E CORO
Como aqui carecemos de morada permanente,
mas buscamos a futura.
(Hebreus 13:14)

Eis, eu vos revelarei um segredo:
nem todos dormiremos,
mas todos seremos transformados;
e isto de repente, num piscar de olhos,
no momento da última trombeta.
Porque a trombeta soará,
os mortos ressuscitarão incorruptíveis
e nós seremos transformados.
Então, se cumprirá a palavra
que está escrita:
A morte é tragada na vitória.
Morte, onde está o teu aguilhão?
Inferno, onde está a tua vitória?
(I Coríntios 15:51-52 e 54-55)

Senhor, Tu és digno
de receber a glória, a honra e o poder,
pois Tu criaste todas as coisas,
e pela tua vontade existem
e foram criadas.
(Apocalipse 4:11)
VII – CHOR
Selig sind die Toten,
die in dem Herrn sterben, von nun an.
Ja der Geist spricht,
dass sie ruhen von ihrer Arbeit;
denn ihre Werke folgen ihnen nach.
(Offenbarung Johannes 14, 13)
VII - CORO
Bem-aventurados os mortos
que, desde agora, morrem no Senhor.
Sim, o Espírito diz
que repousem do seu trabalho,
pois as suas obras os acompanham.
(Apocalipse 14:13)

apenas uma explicaçãoNati...

Será que vale tanto estar no Palco, cantando?
Será que vale tanto estar no palco, dançando?
Quando ali estou é como se cada nota, cada frase musical, cada intenção do compositor passasse por meu corpo e me levasse através da harmonia ideal. Preciso disso para sobreviver.


Querida Nati!

Estaremos, tu e eu, ao mesmo tempo no Palco (mesmo dia, mesma hora, por que tinha que ser assim? Não importa, é assim. Tu danças, eu canto. O que sentes ao dançar, essa emoção que te faz ver o mundo diferente de muitas outras pessoas, é o que sinto ao cantar. Desta vez não nos veremos fazer o que tanto admiramos uma na outra. Sei que entenderás porque sentes da mesma forma que eu. Estamos amarradas pelo coração, uma na outra, e cada uma com a sua Arte.

Um beijo minha filhota linda!!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

É melhor, mas ...

Não entendo. 
Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. 
Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. 
Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. 
Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. 
É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. 
Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
(Clarice Lispector)


Se fosse possível só viver o que sentimos talvez as pessoas fossem, mesmo que por alguns momentos, mais felizes.
Só nos resta cantar ... nada mais ...

Compreendo a necessidade de nos fazermos "conquistantes" e conquistados e esse caminho que se desenrola entre o que rola e o que não pode rolar. É um caminho fascinante, porém perigoso. Doi, amassa, aperta o coração e se é gostoso o que não rola ... Será que não seria melhor ainda o apenas acontecer? 

Tudo passa, assim com nascemos e envelhecemos, as paixões passam. Sem problemas. 
Pena que as pessoas se perdem, umas das outras.
Temos emergências ...A vida também se esvai, não temos muito tempo e o sentimento sempre aparece, de novo, de novo... Essa sensação de finitude. Isso consome a todos. 

Muitas pessoas queridas por mim se foram desta vida, talvez estejam em alguma lugar. Um pouco delas ficou em mim e essa é a parte que mais me doi. Sinto falta de todas elas, cada uma de seu jeito. 

Meu Deus!! Que tantas dores são essas. Pode Senhor, fazer a gentileza de aliviá-las só de leve, só um pouco, talvez só a metade... Minha alma inquietante não aceita as coisas como são, como estão.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Sácame a bailar ...



Saber bailar nó es fácil.
Bailar es sentir, es mirar
Es hablar del sol, de la luna
Del vino y del amor.

Si no me quieres
Nó me mires
Si no me quieres
No me sonrías más


Cuando se ama
El final se presiente
Se nota un frío 
Ya adiviné la escena

Nunca tuve 
Y tampoco tengo
Nada de tí
El ahora se fué.



Pois então...
Entendo muito bem tudo. 
Perfeitamente bem.
Portanto, não existe pergunta alguma. 
Não é preciso.
Todos se entendem, todos se compreendem. 
Nos perdemos no meio de nossas vaidades,
de nossos medos e de nossa responsabilidades,
como profissionais e como pais.

Deixemos assim... 



Vivemos a mesma situação
Mas ... 


terça-feira, 21 de junho de 2011

Soneto de Orfeu

São demais os perigos dessa vida
Para quem tem paixão, principalmente
Quando uma lua surge de repente
E se deixa no céu, como esquecida
E se ao luar, que atua desvairado
Vem unir-se uma música qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher
Uma mulher que é feita de música,
Luar e sentimento, e que a vida
Não quer, de tão perfeita
Uma mulher que é como a própria lua:
Tão linda que só espalha sofrimento,
Tão cheia de pudor que vive nua.

Vinícius de Moraes

Pertenço a dois mundos: o da insanidade da Vida e o da insanidade da Paixão

Ah...Paixão!

Que danada és, que me afastas do mundo.

Por que só vivo, faço, invento, escrevo, quando estou com esse aperto forte no peito? Não consigo cantar, não consigo dormir, não consigo estudar...
Dá um tempo pro meu coração... Sei muito bem o que é... Não preciso dizer...

Quem não tem o devido entendimento é porque acostumou-se já a só ter, e não a perder...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

para hoje ... ou amanhã... ou ....

A gente não precisa de muito, não
Um sol de dia
Uma lua de noite
Uma mão aberta
Um abraço que aperta

A gente não precisa de muito, não
Um sorriso de quem se gosta
Um olhar com um certo desejo
Uma lembrança boa que nos diz
Foste feliz

A gente não precisa de muito, não
Uma música
Um livro
Um pedaço de papel para escrever
E contar como se ama e como se chora
Para quem não sabe...

é sempre assim...

De repente
senti
que tudo errado
como sempre...
fiz.

Logo
a alma
até que acalma
Ela sempre encontra
mesmo com lágrimas
a essência de uma flor

(como sempre faço e penso, falo e ... ora bolas....)

domingo, 19 de junho de 2011

Movimento: espaço para a arte; espaço para sonhar e fazer diferente; espaço para a criatividade.
(Monsenhor Urbano Zilles - hoje na Maronita)

Para viver precisamos nos apartar de regras fixas, sem possibilidades de transformação.

YOUKALI - Canção de Kurt Weill!

É quase no fim do mundo,
meu barco vagabundo
errando ao sabor das ondas
levou-me lá um dia...
A ilha é pequenina
mas a fada que a habita
gentilmente nos convida
a irmos em visita!

Youkali, é o país dos nossos desejos
Youkali é a felicidade, é o prazer...
Youkali é a terra onde esquecemos os nossos cuidados...
é, na nossa noite, como o alvorecer,
a estrela que seguimos é Youkali!

Youkali é o respeito pelos votos trocados,
Youkali é o país dos amores partilhados,
é a esperança nos corações humanos,
a libertação, que amanhã esperamos!

Youkali, é o país dos nossos desejos
Youkali é a felicidade, é o prazer...
Mas é um sonho, uma loucura,
pois Youkali, não existe nenhuma!

E a vida prossegue,
estafante, quotidiana,
mas a pobre alma humana,
procurando o olvido,
tem, p´ra deixar a terra,
de encontrar o mistério
onde os sonhos residem
em alguma Youkali...

Youkali, é o país dos nossos desejos
Youkali é a felicidade, é o prazer...
Youkali é a terra onde esquecemos os nossos cuidados...
é, na nossa noite, como o alvorecer,
a estrela que seguimos é Youkali!

Youkali é o respeito pelos votos trocados,
Youkali é o país dos amores partilhados,
é a esperança nos corações humanos,
a libertação, que amanhã esperamos!

Youkali, é o país dos nossos desejos
Youkali é a felicidade, é o prazer...
Mas é um sonho, uma loucura,
pois Youkali, não existe nenhuma!...

Tradução adaptada do Francês
Aspásia 08




sábado, 18 de junho de 2011

...e quando as palavras lhe faltaram, veio-lhe a ideia de voar. Voar longe, tentar evitar as pontes. Tratava-se de Paris. Uma cidade de luz, de noites infindáveis e amores intensos. Esta luz não ilumina mais. Apenas apaga, cobre, abafa... Acabou por aqui uma viagem que alguns anos durou...
Li, em algum lugar: 'se não sabes onde vais, certamente irás além". É como ouvir uma música, ler uma história, uma poesia, assistir um filme e... viver a obra o tempo que dure. 'Entrar' na vida de personagens ou deliciar-se no oculto de uma Poesia é a única forma de compreender o mundo e o sentido de estarmos vivos e de nos encontrarmos, uns aos outros e uns com os outros.
Se não for assim, de que adianta a Arte existir?
Sei lá eu de estudos científicos, de pessoas que falem sobre como ler, como ouvir... prá quê? 
É só... e apenas... 
permitir-se sentir,
permitir-se chorar,
permitir-se errar,
permitir-se amar.



 

terça-feira, 14 de junho de 2011

Certa feita, encostada numa árvore, cujos galhos pareciam tocar as estrelas e trazê-las para baixo, para mais perto, deu-se conta de onde estava...

As ruas de Paris no frio do inverno possuem uma cor acinzentada com um brilho úmido e sons abafados. Caminhou por uma grande avenida a qual a conduzia a algum lugar. Não importava qual, afinal, estava em Paris... Chegando a uma das 37 pontes que unem uma margem a outra do Sena, parou... No meio... Pensou sobre sua vida. O que fez dela? Uma vida dividida ao meio, duas partes completamentes diferentes, como se fossem dois sonhos. Algo a partiu. Algo no mistério dos afetos, dos relacionamentos, dos medos e dos desejos a quebrou de tal forma que não vê possibilidade de juntar ambas as partes.

Duas vidas, dois sonhos, duas metades...

Um vazio no meio sem compreensão. Só há uma saída... Sair dali, das pontes de Paris...
Talvez as pontes tragam esse tipo de sensação... divisão... vazio, será?

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Traduzir uma vida. Como?

De que adianta saber línguas se para traduzir uma vida não precisa coisa nenhuma deles?

É possível traduzir em palavras uma vida vivida com grandes dores e grandes amores, com perdas intensas e vazios incapazes de serem preenchidos, com muitos amigos e pouquíssimos inimigos, aliás acho que nenhum, pelo menos de minha parte, com momentos de muita felicidade como quando brincava eu de boneca e corria meus 100 m, quando nossa equipe de voley ganhava o campeonato regional ou perdia bravamente ao jogar horas a fio e cair de cansaço, quando planejava uma viagem olhando mapas, traçando os roteiros com meu pai e...no fim era outro completamente diferente. Almoço fora aos domingos en Uruguay, brincadeiras de esconde-esconde na rua, à noite, meninos e meninas...êta coisa boa!
Tradução disso: não, não há como...
As tristezas que até agora vivi, ainda não consigo escrever... Talvez superficialmente, sim...perdas importantes (quem não as teve?), amigas que decepcionaram (nunca cultivei sentimentos que não fossem bons por elas...), pessoas que decepcionei...sei bem disso, ô...se sei!
Pois, dou-me conta que nossas tristezas são nossas, ninguém as tira de nós, portanto devemos querê-las bem tratá-las com carinho, cuidá-las com maciez e massageá-las de vez em quando. Fundamental para que possamos compreendê-las...
Ainda tenho muito medo de olhá-las. mas, se são minhas e se eu não as olhar com amor, quem o fará? Preciso aprender um novo idioma, aquele que possa, sem choro e sem drama, traduzir a vida vivida, para então poder continuar a vivê-la com suas várias facetas, com seus vários mundos, com seus infinitos modos de se refazer do nada, com coragem, apostando na intuição e na harmonia perfeita de sons e cores.

Os Eus, Tus, Nós e Eles fazendo bater corações para saber que: Estamos Vivos...portanto vivamos melhor que ontem...

É preciso cantar...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Comecei a achar que vivo num mundo diferente. 
Estou no campo sempre do intenso: desejo intensamente, odeio e exijo intensamente; não queria que fosse assim, mas é como querer desvendar o infinito impossível. 

Não tenho poder algum, muito menos vontade de tê-lo. O que sinto é a vontade de vivê-lo, uma angústia constante, atacante, que dói. 
Não entendo, também não quero saber muito disso, não. 
Quero sentir. 
Mesmo que saiba que o sofrimento será também intenso e implacável. 

Ando inquieta, falo o que não devo, em horas que só eu me abato.
Falo e penso depois. Pronto...
É como se doesse duas vezes...a primeira é a dor que me faz falar e a segunda é a dor de pensar no que fiz...
Fora do normal...Isso é muito doido.

Só eu, atrapalhada, atormentada pelo que desconheço e perturbada pelo meu coração incomodado e inquieto poderia deixar escapar uma coisa tão minha...


"Estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… Muita saudade...sei lá de quê!"

Sem Título

Nesta minha construção dia após dia do que alguns chamam viver, paradas foram necessárias.
Sim, aqueles momentos que paramos para pensar e...depois chorar... ou rir... tanto faz. Tem que ser assim! Como em uma Ópera: a história é contada, cantada e falada, e lá pelas tantas, quando um momento é de fundamental importância para os personagens, escolhas, decisões, paixões, amores, mortes, imprevistos e surpresas, a música pára, estanca, a história congela. Então, o tal do personagem inicia sua grande ária cantando para seu amor (quase sempre).

Voltando, nessas estações vivenciei diversos momentos de cores diferentes, que aprendi e apreendi. Apenas com a experiência, nada mais... Alguns deles registro aqui. Gosto de lembrar, me fazem bem...

Descobri que cada momento é diferente do outro;
...que cada pessoa que passou por minha vida foi especial, tenho saudade...;
...que o jogo, uma hora termina;
...que existe amor adiado...abraço adiado; beijo adiado;
...que quando aparecem sintomas de saudade, sopram ventos de tristeza;
...que a saudade é implacável, e sem ela não há Poesia, mas, sempre há uma possibilidade de matar a saudade, mesmo que em pensamento;
...que devo controlar meus impulsos ao expressar os sentimentos, mesmo de amizade,parte complicada esta;
...que devemos nos perdoar para ter a grandeza de perdoar outros;
...que a paixão causa sofrimento e devo ter a maturidade para decidir se me importo ou não de sofrer no final;
...que chorar faz bem, porque depois emerge Paz no coração;
...que é muito bom sentir o coração batendo forte, na boca, antes de um beijo;
...que paixão sem toque é ilusão, por isso termina logo;
...que um abraço significa roubar um pouco de alguém e doar um pouco de si;
...que a distância numa Paixão, ao invés de diminuí-la, pode intensificá-la;
...que estar enamorado é estar feliz, mesmo sem ser correspondido;
...que nunca se esquece o 1º beijo;
...que o amor muda o rumo de tudo;

...que sem amar...não vivo!

Pedaços de Letra 11

Tudo tá muito doido prá mim. 
Não pensei que fosse assim
Tão intenso que trava minha mão
Meu querido
É tudo ilusão?
Não sei mais
De tão forte, acho que
Sim...


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(...) Cada voz que canta amor
Não diz
Tudo que quer dizer
Tudo que cala
Fala mais
Alto ao coração
Silenciosamente
Eu te quero com paixão
...
Eu te amo calada
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz (...)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros."
 
Clarice Lispector

Filosofando com crianças - Prof. Sérgio Sardi

"Aprender o prazer de aprender para aprender o sentido de aprender Aquele que se perde no que faz encontra o inesperado"


 "As palavras que nos ajudam a conhecer a realidade, nos cegam
 Há algo que transborda o tempo todo
 Assumir a existência é um ato de coragem e a criança brinca com isso
 Existir é um presente"


"É a loucura que nos faz amar
 É a loucura que nos faz criar
 Amar é perder-se, encontrando o Outro
 Viver a Vida é, de algum modo, engrandecê-la, pois
 Viver é um mistério"

 "Ir e vir nas palavras
 A palavra é um depósito de emoções
 Passamos a ver a nossa vida na vida do Outro
Quando faço uma pergunta para alguém
É preciso que esse alguém sinta a pergunta dentro de si
O que podemos Conhecer nos faz esquecer o que devemos esquecer"

"Será que seus olhos olham a mesma coisa que eu?"

  "Eu sou causa do Seu movimento. Você é causa do Meu movimento. Isto é uma Dança. 
Dancemos, então..."

sábado, 4 de junho de 2011

Choro...e não é por mim. É por qualquer coisa que anuncíe-se como DOR

Hoje gostaria de transcender minha existência, limitada por meu corpo e por meus pensamentos. Sinto-me frágil, preciso refletir sobre o simples motivo de estarmos vivos. Não entendo determinadas coisas e sei que para entendê-las, preciso relacionar-me com o Tempo de forma diferente. Mas, hoje não dá. Estou embebida de tristeza. Absorvi, suguei, adonei-me do que não é meu e, de certa forma, ampliou-se quando, através de meus sentidos, tomou conta de meu espírito. 

Por quê?

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Palavras quando se aproximam enconstando-se umas nas outras
Transformam a realidade na Arte de construir elos para o Amor

El Amor y la Locura - Eduardo Galeano

Cuentan que una vez se reunieron todos los Sentimientos y Cualidades de los hombres en un lugar de la tierra.
Cuando el Aburrimiento había bostezado por tercera vez, la Locura, como siempre tan loca, les propuso. “Vamos a jugar a las escondidas!”
La Intriga levanto la ceja intrigada y la Curiosidad sin poder contenerse preguntó: ¿”A las escondidas”?, y ¿Como es eso? “Es un juego” - explicó la Locura–, en el que yo me tapo la cara y comienzo a contar desde uno hasta un millón mientras ustedes se esconden, y cuando yo haya terminado de contar, al primero de ustedes que encuentre ocupara mi lugar para continuar el juego.
El Entusiasmo bailo secundado por la Euforia, la Alegría dio tantos saltos que terminó por convencer a la Duda, e incluso a la Apatía, a la que nunca le interesaba nada.

Pero no todos quisieron participar: La Verdad prefirió no esconderse. ¿Para que? si al final la hallaban. La Soberbia opinó: que era un juego muy tonto (en el fondo lo que le molestaba era que la idea no hubiese sido de ella) y la Cobardía prefirió no arriesgarse. —-Uno, dos, tres, cuatro,… comenzó a contar la Locura...

La primera en esconderse fue la Pereza, que como siempre se dejo caer tras la primera piedra en el camino. La Fe subió al cielo y la Envidia se escondió tras la sombra del Triunfo, que, con su propio esfuerzo había logrado subir a la copa del árbol más alto. La Generosidad casi no alcanzaba a esconderse, pues cada sitio que hallaba le parecía maravilloso para alguno de sus amigos: — ¿Que si era un lago cristalino? ideal para la Belleza. — ¿Que si la rendija de un árbol? perfecto para la Timidez. — ¿Que si el vuelo da la mariposa? Lo mejor para la Voluptuosidad. — ¿Que si una ráfaga de Viento? magnifico para la Libertad. …
Así terminó por ocultarse en un rayito de Sol.
El Egoísmo en cambio encontró un sitio muy bueno desde el principio. Ventilado, Cómodo, pero solo para el. La Mentira se escondió en el fondo de los océanos (mentira, en realidad se escondió detrás del arco iris) y la Pasión y el Deseo en el centro de los volcanes.
El Olvido no recuerdo donde se escondió, pero eso no es lo importante.
Cuando la Locura estaba por el 999,999, el Amor aun no había encontrado sitio para esconderse, pues todo se encontraba ocupado hasta que divisó una rosa y, enternecido, decidió esconderse entre sus flores.

— Un millón, contó la Locura y comenzó a buscar. La primera en aparecer fue la Pereza solo a tres pasos de una piedra. Después se escucho a la Fe discutiendo con Dios sobre zoología. Sintió vibrar a la Pasión y el Deseo en los volcanes. En un descuido encontró a la Envidia y, claro pudo deducir donde estaba el Triunfo. Al Egoísmo no tuvo ni que buscarlo. El sólito salió disparado de su escondite que había resultado ser un nido de avispas. De tanto caminar, sintió sed y al acercarse al lago descubrió a la Belleza. Con la Duda resulto ser mas fácil todavía, pues la encontró sentada sobre una cerca sin decidir aun de que lado esconderse. Así fue encontrando a todos. Al Talento entre la hierba fresca, a la Angustia en una oscura cueva, a la Mentira detrás del arco iris… (mentira, estaba en el fondo del océano) y hasta al Olvido, a quien ya se le había olvidado que estaba jugando a las escondidas.

Solo el Amor no aparecía por ningún sitio. La Locura busco detrás de cada árbol, bajo cada arroyuelo del planeta y en la cima de las montañas. Cuando estaba a punto de darse por vencida, divisó un rosal. Tomo una horquilla y comenzó a mover las ramas, cuando de pronto, se escucho un doloroso grito. Las espinas habían herido al Amor en los ojos. La Locura no sabia que hacer para disculparse. Lloro, Rogó, Imploró, Pidió perdón y hasta prometió ser su lazarillo.

Desde entonces, desde que por primera vez se jugo a las escondidas en la Tierra…
“El Amor es ciego y la Locura siempre lo acompaña!”

Surpreender...Apenas

Surpreender... Apenas
Faz com que os olhos brilhem mais que ontem
Faz com que a esperança seja alimentada dia-a-dia
Faz com que coração sinta-se sempre em festa
Faz com que o sorriso seja de alegria espontânea.
Surpreender...
Com olhares que te tocam e palavras que te cativam
Com um abraço carinhoso mesmo que seja em pensamento
Sabe...daqueles abraços envolventes...parece que são prá sempre
Aconchegantes, com a intenção de não ter fim?

Surpreender...
Com o seu jeito de ser,
Como uma criança,
Na descoberta da vida,
Surpreender...
Como se esse alguém fosse único
Como olhar de
Quem olha pela ultima vez

Surpreender...
Como o poeta
Em sua poesia
Surpreender...
Arriscando,
Qualquer coisa
Com alguém

Surpreender...
Com umamúsica
Com um encontro inesperado
Que deixa perdido qualquer apaixonado

Surpreender...
Apenas...
Quando nos percebemos no centro de um sentimento intenso, que nos envolve como uma placenta brilhante e totalmente pura, é como se vertêssemos de um sonho e caíssemos numa realidade mágica que conduz ao profundo infinito.

Que viagem. Mas isso precisei escrever...Fazer o quê?
Palabras, preciosas palabras
Cuando juntas,
Dicen lo que nó es posible
Y cuando escritas
Llegan al corazón


Una mirada atrevida
En el silencio estrellado
Sigo la intuición
Para aprender como sos
Y quedarme en vos
En el dulce sueño de besarte

si dolor solo sirve para doler
de todos mis delirios y mis palabras
sólo lo tuyo ha mejorado el argumento

de abrazar, besar y amar