segunda-feira, 13 de junho de 2011

Traduzir uma vida. Como?

De que adianta saber línguas se para traduzir uma vida não precisa coisa nenhuma deles?

É possível traduzir em palavras uma vida vivida com grandes dores e grandes amores, com perdas intensas e vazios incapazes de serem preenchidos, com muitos amigos e pouquíssimos inimigos, aliás acho que nenhum, pelo menos de minha parte, com momentos de muita felicidade como quando brincava eu de boneca e corria meus 100 m, quando nossa equipe de voley ganhava o campeonato regional ou perdia bravamente ao jogar horas a fio e cair de cansaço, quando planejava uma viagem olhando mapas, traçando os roteiros com meu pai e...no fim era outro completamente diferente. Almoço fora aos domingos en Uruguay, brincadeiras de esconde-esconde na rua, à noite, meninos e meninas...êta coisa boa!
Tradução disso: não, não há como...
As tristezas que até agora vivi, ainda não consigo escrever... Talvez superficialmente, sim...perdas importantes (quem não as teve?), amigas que decepcionaram (nunca cultivei sentimentos que não fossem bons por elas...), pessoas que decepcionei...sei bem disso, ô...se sei!
Pois, dou-me conta que nossas tristezas são nossas, ninguém as tira de nós, portanto devemos querê-las bem tratá-las com carinho, cuidá-las com maciez e massageá-las de vez em quando. Fundamental para que possamos compreendê-las...
Ainda tenho muito medo de olhá-las. mas, se são minhas e se eu não as olhar com amor, quem o fará? Preciso aprender um novo idioma, aquele que possa, sem choro e sem drama, traduzir a vida vivida, para então poder continuar a vivê-la com suas várias facetas, com seus vários mundos, com seus infinitos modos de se refazer do nada, com coragem, apostando na intuição e na harmonia perfeita de sons e cores.

Os Eus, Tus, Nós e Eles fazendo bater corações para saber que: Estamos Vivos...portanto vivamos melhor que ontem...

É preciso cantar...

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