terça-feira, 30 de agosto de 2011

La vida nó es más que un instante
Una verdad, una sombra, un afán
Nada más que un recuerdo buscando
Una senda donde las huellas se esconden

Una lágrima, una risa
Un beso, una sed infinita
La vida, fin y princípio
Nó es más que un instante
tenho desprezo pelo ser humano quando usa de determinados sentimentos para agredir, disputar ou fazer-se de vítima...

domingo, 28 de agosto de 2011

Olhos de cão azul - Gabriel Garcia marques

(...) 

Então fiquei com o rosto na parede. "Já está amanhecendo", disse sem olhar para ela. "Quando deram duas da manhã, estava acordado, já fazia bastante tempo." Dirigi-me até a porta. Quando tinha pegado a maçaneta, ouvi outra vez sua voz igual, invariável: "Não abra essa porta", disse. "O corredor está cheio de sonhos difíceis". E eu lhe disse: "Como você sabe disso?" E ela me disse: "Porque há pouco estive ali e tive que voltar quando descobri que estava dormindo sobre o coração". Eu mantinha a porta entreaberta. Movi um pouco o batente, e um ar frio e tênue me trouxe um cheiro fresco de terra vegetal, de campo úmido. Ela falou outra vez, virei-me, mexendo ainda o batente montado em gonzos silenciosos, e lhe disse: "Creio que não há nenhum corredor aqui fora. Sinto o cheiro do campo". E ela,já um pouco longe, me disse: "Conheço isso mais do que você. O que acontece é que lá fora há uma mulher sonhando com o campo". Cruzou os braços sobre a chama. Continuou falando: "É essa mulher que sempre desejou ter uma casa no campo e nunca pôde sair da cidade". Eu lembrava ter visto a mulher num outro sonho anterior, mas sabia, já com a porta entreaberta, que dentro de meia hora tinha que descer para o café da manhã. E lhe disse: "De todas maneiras, tenho que sair daqui para acordar".

Bem Bom!

Sempre temos aqueles dias que tudo parece que vai mal.
Que as pessoas e o mundo estão de tal forma combinados a nos atingir, que a cabeça vira um poço de zumbis (bah...me puxei aqui...).
Um professor de História da Música, quando achava que falávamos absurdices dizia:Besteiras, tudo besteiras!!

Naquele tempo me impressionava com suas palavras fortes e, muitas vezes, intempestivas. Mas, dou-me conta que realmente é assim mesmo. Afinal, quem pensamos que somos, que todos e o mundo possa estar contra nós? Que poder é esse que nos perpassa ilusoriamente, nos colocando numa posição de centro da vida dos outros.

Que absurdo isso!!

As consequências são a dor e a tristeza. Se sabemos, então, por que temos algumas vezes essa sensação? Já as tive, já as senti... Ontem...Anos atrás... Conheço bem essas sensações fantasmáticas, mas hoje, mesmo que ainda demore um pouco, consigo percebê-las e mandá-las longe. A sensação de dor e tristeza ainda ficam um tempo maior... mas é só um tempo mais...
 
Neste momento só sei dizer que nada é melhor do que ter vivido momentos bons, com pessoas que gostamos, que nos fazem e fizeram bem. 
Isto é Perfeito! 

Faz parte do ser humano querer que todas as sensações boas se mantenham pela eternidade, mas... lastimo muitíssimo que não seja assim...

Ainda bem que temos a saudade...

A saudade é o eco de tudo o que foi bom na vida. Sinto sempre saudade, pois assim como desejo intensamente, sinto falta,sinto saudade intensamente. 

Viver pela metade, nunca, nem numa saudade...

Bem Bom!!

Sou assim, pronto, acabou.

Ser assim é uma delícia
Desse jeito como eu sou
De outro jeito dá preguiça
Sou assim pronto e acabou.


Sou muitas coisas, principalmente aquilo que pensam de mim.
Sou para eles, não para mim.
Como sou realmente, então? Sei muito pouco de mim.
O que sei, é que tenho vontades e desejos, saciados ou não, não importa. É a única coisa certa em minha vida. A partir deles vou conquistando meus momentos de alegrias. Impossível evitar que grudados venham aqueles momentos de tristezas e decepções, medos e inseguranças. Os últimos dias têm sido uma mistura difícil de deglutir. Ouvi inquietudes da vida das pessoas que me atrapalharam por completo. Fiquei angustiada ao ponto de não conseguir perceber e controlar minhas reações. A emoção de aborrecimento com a vida vai passar, sei que vai, espero que passe. Não entendo muitas vezes esse desejo que tenho de prolongar a vida, para quê? Cansei dessa luta do ego interno com o ego externo (ambiente, não deixa de ser um ego extremamente execrável...).

O impulso de vida e o impulso de morte habitam lado a lado dentro de nós. A morte é a companheira do amor. Juntos eles reagem o mundo.(palavras de Freud- Além do Princípio do Prazer)

Além das inquietudes, tive a forte sensação de ter sido alvo de afetos que só seres humanos podem usar para agredir uns aos outros, e o pior de tudo, fruto de suas próprias fantasias. Isto é... tão... terrível. Será que se dão conta do que fazem, do que sentem ou do que dizem? Deus... Quase desisto de novo. Mas não é o que quero... Numa boa conversa com meu cachorro querido, o Kimba, perguntei a ele: Será que se eu chorar, uma hora dessas vou esquecer?  Ele me olhou com um carinho que fiquei mais ainda descrente a respeito dos seres sapiens (nem humanos são mais para mim).
Não gosto de sentir esse tipo de 'auto feed back'. Prefiro me retirar, me afastar. O caminho que ando não é meu. É simples isso, é o caminho de todos. Não gosto de andar sozinha, preciso saber que estou acompanhada. Apenas coloco--me mais à direita e passe quem quiser... Peguem o que desejarem... Nada nem ninguém é de alguém, mas se acham que são as do centro, tomem o centro e sigam seu rumo. Eu não disputo nada. Apenas conquisto o que posso... E o que posso... é tão pouco... Mal sabem os bons...


sábado, 27 de agosto de 2011

de la nada para la nada

y bueno...
ayer se me ocurrió algo
junto siempre 
los pedazos
de las horas 
 que vivo
y no soy diferente de nadie
lo que pasa es que
junto a los pedazos 
vienen
señales, señas,
miradas y fantasmas
sospechas e indícios.
Además, 
cuando me hablan en vos
sobre como están seriamente
con la creencia
de que
tu presencia es más que el hablar,
inocentemente
no vacilo más
esto yá pasó
de un sueño de pareja
de amor
por unas horas
nos cambiamos
hacia una
despareja
despareja de desamor
por siempre

de cualquier forma...
 
...por otra parte 
sé proteger el sueño
con mis gastados párpados
de manera que puedo arrimarme soñando
a esa espléndida nada
nada prometedora...
(mario Benedetti)

soledades - Mario Benedetti

Ellos tienen razón
esa felicidad
al menos con mayúscula
no existe
ah pero si existiera con minúscula
seria semejante a nuestra breve
presoledad

después de la alegría viene la soledad
después de la plenitud viene la soledad
después del amor viene la soledad

ya se que es una pobre deformación
pero lo cierto es que en ese durable minuto
uno se siente
solo en el mundo

sin asideros
sin pretextos
sin abrazos
sin rencores
sin las cosas que unen o separan
y en es sola manera de estar solo
ni siquiera uno se apiada de uno mismo

los datos objetivos son como sigue

hay diez centímetros de silencio
entre tus manos y mis manos
una frontera de palabras no dichas
entre tus labios y mis labios
y algo que brilla así de triste
entre tus ojos y mis ojos

claro que la soledad no viene sola

si se mira por sobre el hombro mustio
de nuestras soledades
se vera un largo y compacto imposible
un sencillo respeto por terceros o cuartos
ese percance de ser buenagente

después de la alegría
después de la plenitud
después del amor
viene la soledad

conforme
pero
que vendrá después
de la soledad

a veces no me siento
tan solo
si imagino
mejor dicho si se
que mas allá de mi soledad
y de la tuya
otra vez estas vos
aunque sea preguntándote a solas
que vendrá después
de la soledad.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Os medos que tenho

Medos. Tenho e muitos.
Já tive medo de chuva e de vento.
Medo de atravessar uma rua, medo de dormir porque não queria sonhar o mesmo sonho que me apavorava, volta e meia...
Medo de que meu cachorro se perdesse.
Medo de errar uma nota no piano...
Até medo de não ser convidada para uma festa em que meus amigos estariam...

Hoje, o maior medo que tenho é das pessoas.
Do que elas pensam e não demonstram...
Do que falam e não fazem...
Tenho medo do que não é possível desvendar...
Daquela parte misteriosa do ser humano, desejante por natureza, imprevisível por emoção e sedutor por prazer.


Tenho medo, sim... Da minha burrice, da minha ingenuidade, da minha intensidade em ser quem sou...
Da minha previsibilidade que insistentemente me absorve.

Tenho medo do que eu não posso querer, e sem querer, quero.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

CAMINHO INCA

Tem sentimento que é um lugar
de difícil acesso
aonde a gente vai indo do jeito que dá
pegando atalho pulando pedra solta
cortando galho matando cobra
e mesmo assim chega uma hora
em que se deixa o pé estacionado
e se vai de arte
            Celso Gutfreind (Arte de rua, Tchê!/Instituto Estadual do Livro, 1993, 102p)

Segundo Rita Apoena:


SOBRE OS GRANDES CENTROS

é só essa multidão que esbarra
e esbarra em meus ombros
em alguns anos terei os meus ombros
esculpidos pela solidão.

Com-viver

...E assim, seguimos nos enlutando nas perdas do dia a dia.
Perdemos colegas. (nesta situação específica, preciso desviar a atenção de algumas pessoas)
Perdemos amigos.
Perdemos olhares e 'abraçares'.
Ando um tanto acostumada em perder.
Se é bom, não sabemos.
Gostaria de tentar me sentir feliz novamente, um olhar é imprescindível, mas imaginar o que quer que seja não me satisfaz mais, não.
Acho que algumas coisas não perdi, ainda... mas sei que inevitavelmente as perderei.
Sem problemas. Um tempo atrás achava que era eu a responsável por todas as perdas que tive. Hoje sei que não.
Se te perco, me perdes também. Se procuras, procuro também. Esta é a Arte de com-viver. Fico esvaziada, o coração bate e faz doer. Algumas perdas são necessárias, outras não, mas então, me deixa perder... É só o que peço. Prá que logo passe...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

palavra para hoje:

DESAPEGO
necessário, imprescindível, dolorido
ouvir o que outros sentem e que calada deves ficar...
luto é o próximo passo.
chegou a hora...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Hoje fui e voltei em silêncio, pelo menos tentando fazer aquele silêncio de dentro prá fora, sem alertar ninguém que estava indo e vindo, não quero  que me notem, que me vejam, que me percebam. às vezes parece que meu pensamento soa alto demais, ouço-o do lado de fora de mim, se é que isso é possível. Quando alguém me percebeu hoje achei que estaria lendo o que pensava. Fiquei apavorada e tentei sair...

e...só o que eu precisava era de um abraço...

só isso...

domingo, 21 de agosto de 2011

escrito em 22/06/2009

Palavras...

Escrevo as palavras
ou elas sozinhas se escrevem?
Não sei...
Sei que faz bem.
Alivia a intensidade do que sinto
É como se estabelecesse um pacto com elas.
Um segredo,
uma parceria,
uma cumplicidade,
como se já soubessem o que será escrito.

Se alguém ler o que escrito está
torna-se parte de um outro mundo.
O meu mundo...

Eis o Belo das palavras.
Elas eternizam um momento,
um segundo no tempo,
um carinho,
um olhar.

Tudo pode ser ínfimo
porém,
diante do infinito
pula-se do Inferno
para o Ser Eterno.

Algumas Palavras de Ana Akhmátova (1889-1966)

MÚSICA

Algo de miraculoso arde nela, fronteiras ela molda aos nossos olhos. É a única que continua a me falar depois que todo o resto tem medo de estar perto. Depois que o último amigo tiver desviado o seu olhar ela ainda estará comigo, no meu túmulo, como se fosse o canto do primeiro trovão, ou como se todas as flores explodissem em versos.

O ÚLTIMO BRINDE

Bebo ao lar em pedaços
A minha vida feroz
Àsolidão dos abraços
E a ti, num brinde, ergo a voz...
Ao lábio que me traiu
Aos mortos que nada vêem
Ao mundo, estúpido e vil.
A Deus, por não salvar ninguém.

sábado, 20 de agosto de 2011

de hoje até .... não sei

A música, com seus  silêncios eloquentes, parece sempre à frente do ser humano. Esta o atravessa de tal forma a perder-se de vista, transcendendo a própria imaginação humana. Não quero mais ser analisada, muito menos analisar. Por tudo isso,  a música me satisfaz. De agora em diante será assim até o momento de 'parar' de cantar.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Nada

Nada temos a não ser os momentos de estarmos vivos
As lembranças de um passado perdido
e os desejos de um futuro não sabido

Nada temos a não ser as ondas instáveis do mar
A dúvida dos próximos minutos
A incerteza do que não será

Nada temos a não ser a magra criação de um sonho
Os gritos que não chegam ao mundo
Os amores que vivem no exílio

Nada tenho a não ser a solidão das palavras
A perfeita combinação do tempo com o vazio
Que prolifera um inferno dentro de mim

post de hoje há 1 ano atrás, no faceboo

Amar e desaparecer:
eis coisas que andam juntas desde a eternidade. Querer amar é também estar pronto para morrer.
— Nietzsche
o mar é quase amar
amar é quase a maré...

(... não é?)

Ana Yara Campos

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Estrambote Melancólico - CD de A

Tenho saudade de mim mesmo,
saudade sob aparência de remorso,
de tanto que não fui, a sós, a esmo,
e de minha alta ausência em meu redor.
Tenho horror, tenho pena de mim mesmo
e tenho muitos outros sentimentos
violentos. Mas se esquivam no inventário,
e meu amor é triste como é vário,
e sendo vário é um só. Tenho carinho
por toda perda minha na corrente
que de mortos a vivos me carreia
e a mortos restitui o que era deles
mas em mim se guardava. A estrela-d'alva
penetra longamente seu espinho
(e cinco espinhos são) na minha mão.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Un sueño es así:

... un lugar en el interior de nosotros en que podemos hacer lo que nos dá las ganas. Un momento, muchas veces cruel, pues nos corta en lo mejor, en que reemplazamos la tristeza por solo alegría, los deseos por acciones que nos son temerosas en la realidad. Y como hacer cuando quieres que tu sueño sea efectivamente realidad?

domingo, 14 de agosto de 2011

"Quisiera poder decir las palabras que se guardan en el silêncio. Quisiera poder explicar las noches de desvelo y por que miro al cielo buscando una señal. Quisiera poder hacer de un sueño realidad, manos que se alcanzan y ojos que se buscan, como si vinieran de otros eras, robandole al tiempo y al azar segundos de felicidad...!"
Cantando a gente inventa.
Inventa um romance, 
uma saudade, 
uma mentira...
Cantando a gente faz história.
Foi gritando que eu aprendi a cantar:
sem nenhum pudor, 
sem pecado. 
Canto pra espantar os demônios, 
pra juntar os amigos.
Pra sentir o mundo, 
pra seduzir a vida.

(Cazuza)

Ausência - Vinícius de Moraes

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

sábado, 13 de agosto de 2011

Tentando entender algumas coisas para diferenciá-las numa cena psicanalítica (ou será numa cena da vida?)

Êta dificuldade... 

"No rastro da sexualidade caminha o amor ou, como queiram, no rastro do amor caminha a sexualidade. Assim como a meta da pulsão é satisfazer-se a meta do amor é encontrar-se."

Segundo Aristófanes, em vista de haver 3 gêneros em nossa natureza sapien antiga (que possuía em si ambos os gêneros macho e fêmes),  extremamente resistente e ambicioso, num determinado momento comerçaram a conspirar contra os deuses. Zeus viu-se diante de problemas e tomou providências: extinguir o terceiro gênero. Acabou partindo-o ao meio e, até hoje, procuram sua metade perdida.
Pois, então... Todos nós desejamos ser amados, tanto como pacientes como analistas. É nesse momento que me perco. Afinal, quando sou paciente e quando sou desejada de verdade? 
Eu falo e você me ouve, logo nós somos. (Ponge) Beleza! Quem?
 “A gente sabe guardar distância: à mesa, no trabalho, na rua, existe um espaço devido. Se me aproximo demais, coro, desculpo-me. Por que tal distância? Eu quero companhia e quero solidão, mas a distância convencional é menor que a pedida pelo desejo de estar comigo e muito maior que a proximidade consoladora dos amigos que faltam.”  
 (Herrmann,  “Andaimes do Real”, pag.103.)
É como quem se apaixona, que pensa conseguir o impossível. 
Mas, se é impossível, como fazer durar ? 
Só um apaixonado mesmo, louco e fora da realidade... Essa?
Essa sou eu, meus caros...

Pensamentos de hoje

Ando me cansando de interpretar, mas não é possível parar. Vivemos o tempo todo 'lendo' o que as pessoas falam, como agem, como respondem a determinados estímulos e como vamos corresponder a isso sem ultrapassarmos os limites da Moral. Tudo passa, a vida, o tempo, as ligações, os vínculos... Passam mesmo... Os sentimentos, as emoções... até que são lembradas em eventos que se repetem ou melhor... que parecem se repetir.
Bárbaro!
E ... Daí?
Por que nos usamos assim?
Sinto-me usada... Até não me importo desde que eu esteja de acordo. Só isso.
Tem mais... Estou começando a achar que Freud confundiu a 'Transferência"... Só pode ser...
Não acredito que tenha dito tantas coisas como: Amar é uma conduta de 'acompanhar'.
Ora, bolas...
Querem saber?
Penso...Penso...Acabo achando que é louco (ou eu que sou...)

PAI

Tem pai de todo jeito, já viram isso?
Tem pai que cuida,
Tem pai que adota,
Tem pai que esquece e que vai embora
Tem pai que ajuda e que colabora

Tem pai que chora

Aquele que conduz e que orienta
Aquele que dá presente
Aquele que não tem tempo e
que nem sabe como fazer com o seu tempo

Aquele que se perde no tempo

Tem pai 'sem querer'
Por acaso teve que ser
Tem pai por escolha
Tem pai que sabe o que faz
Tem um montão que mal sabe do seu pai

Tem pai que dá carinho
Abraço, e brinca de palhaço
Tem pai que leva no parque
Que vai ver um filme,
Tem aquele que cozinha
Aquele que encanta, que acaricia
e que dá colo

Sim,
tem pai de todo jeito

Mas,

Um filho quer um pai
que saiba quem é seu filho
Que fale, que se cale,
Que olhe, que escute,
Que insista, que não desista.
E que fique na reserva
Para ver o titular.
Heroi de todos os tempos
Amor de todos os dias

Feliz Dia dos pais, todos os dias,
aos pais e aos filhos!!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Hoje me sinto assim ... nada


Hoje o tempo passou por mim
As pessoas passaram por mim
As horas passaram por mim
Os olhos passaram por mim


Só passaram... 
Ficou...
nada

Cheguei a ver a Lua
Mas logo esqueci
Cheguei a ver uma flor
Mas tive que dali sair


Só passei...
Ficou...
nada


Je suis toutes les femmes

(triste, cansada, só e sem vontade de cantar... Qual a diferença para outras mulheres? Achei esta letra no blog de uma amiga e até me senti acompanhada...)
Eu sou todas as mulheres. Eu vivo suas alegrias e seus dramas.
Eu sou sentimental e, às vezes, mulher fatal também,
Pois me condenam se me inflamo frente aos projetores que me atingem o coração a cada noite.
Eu sou todas as mulheres: canto, danço, tudo é um programa.
Sou rainha da discoteca e amiga do Pierrot também -
Pois me perdoam quando eu me entrego,
E eu vivo as minhas canções através das estações da minha vida.
Eu sou todas as mulheres -
Adoro brilhos, strass, telegramas...
A primeira noite, então aquela uma, e a derradeira:
E minha vida de estrela termina na escuridão, quando as luzes se apagam e o silêncio reina na noite.

(Intérprete: Dalida - www.dalida.com.
Composição: Paroles et Musique: Michaele, L.&P.Sebastian. 1980.
Tradução livre da autora.)

terça-feira, 9 de agosto de 2011

"A propósito da escuta em Psicodrama" - Pavlovsky

Como escutar em Psicodrama. Saber de antemão que escutar é não estar atento à boa comunicação com o protagonista, mas a outros ruídos imperceptíveis, a suas opacidades, interfrências, à sua falsa transparência, a seus rítmos e movimentos involuntários. Não só aos movimentos prolixamente desenhados da cena pelo protagonista, mas também aos movimentos travados pelo desenho que escapam permanentemente criando novas linhas de fuga, novas desterritorializações e cartografias do desejo. Sempre chegando ao cume. Essa é a criativa tarefa do diretor da cena. Porém, para realizar todos esses movimentos que tentam integrar novas concepções da cura, haveria que estar treinado para dirigir as cenas mais simples. Sem um treinamento progressivo do acontecer psicodramático não se pode aprender a escapar. Mas durante a aprendizagem é preciso tentar "sensibilizar-se" para prováveis futuras "fugas"

Psicopedagogia em psicodrama

Uma vida vivida até aqui - cena 2

Aos 6 anos de idade iniciei os estudos de piano. Três vezes por semana, uma hora e meia de aula. Um ano preparatório para entrar no estudo do instrumento. Nossa, como cansava. Teoria...Solfejo (de costas para o piano)...Tocar, o mais importante para mim... ficava para depois dos estudos teóricos. Um absurdo!
Porém, quando comecei a tocar, foi indescritível. Sonhava que tocava memorizando as notas. Naquela época não era fácil ter um piano e só quando completei 12 anos ganhei um de parede, antigo, liindo meu piano!
Tocava dia e noite... Meu cachorro me acompanhava cantando, dependendo da música. O que gostava mesmo era de ouvir uma música e tirá-la de ouvido... Porém me era proibida essa façanha. Somente podia tocar estudando as partituras. Passei a odiá-las... Mesmo quando as estudava té saber de memoria e não ter que enxergá-las durante as apresentações ou provas...ficava terrivelmente irritada com aquelas folhas brancas, riscadas pela professora, indicando coisa alguma...
Aos 13 anos fui contemplada no Conservatório com a permissão de tocar no piano de dentro da casa de minha professora e diretora da escola, Dona Aracy Yrulegui. Era ótimo quando ficava sozinha... Ensaiava só o que gostava...Claro...Música Popular (de tangos a chorinhos...uma delícia!). Aos 14 anos não quis mais tocar. Fugi das aulas e disse aos meus pais que não desejava mais fazer aulas de piano. Estava emburrecendo ao invés de tocar melhor... Nada podia. Acabaram concordando, não tiveram saída. Mesmo com os pedidos da Diretora, nada mesmo, sem negociação. Até que 6 meses depois, eu pedi para voltar. Porém deveria ser dentro de minhas próprias condições. Não faria provas, exames, qualquer coisa do tipo para provar para alguém que sabia tocar. Queria apenas tocar e ser orientada a tocar melhor. Todos aceitaram. E assim foi até os quase 16, quando mudei-me para Porto Alegre. Organizaram uma grande despedida, na audição de final de ano na Prefeitura de Livramento. O encerramento ficou a cargo de um professor da escola de acordeon que tocava muito bem o piano, o Jorge (saudade... mudou-se logo para outro mundo). Três acordeons com piano. Estava realmente no ceu tocando meu instrumento. Foram três peças: Dois tangos, claro, os quais aprendi com meu pai, e o tico-tico no fubá. nunca esquecerei ese momento. Meu pai assistiu escondido fora do salão (algo fora do normal mesmo...) e quando terminamos fomos ovacionados.
Saí dali correndo para ver o que diria meu pai...
Nada, absolutamente nada.
Chorei muito.
Nunca mais toquei o piano.

domingo, 7 de agosto de 2011

Paul Gerardy

“A gente começa a amar
Por simples curiosidade,
Por ter lido num olhar
Certa possibilidade.
E como, no fundo, a gente
Se quer muito bem.
Ama quem ama somente
Pelo gosto igual que tem.
Pelo amor de amar começa
A repartir dor por dor,
E se habitua depressa
A trocar frases de amor.
E, sem pensar, vai falando
De novo as que já falou,
E então continua amando
Só porque já começou.”

As palavras parecem seguras para nossos pensamentos e sentimentos?

Às vezes parece que o único lugar seguro é onde estão as palavras. É nelas que deposito meus anseios, minhas dores, meus amores, minhas perdas e sofrimentos, meus quereres e des-quereres, o que aprendo e des-aprendo, o que se renova em mim e tudo o que me faz voltar ao passado, chorar um pouco para então fortalecer a alma e enfrentar os desafios dos relacionamentos em suas várias instâncias e dimensões.
Ao escrever, é como se as palavras absorvessem a dor e morressem, levando-a com elas. Porém, aprecio reler o que escrevi porque aprendo como sou hoje e tudo o que fez parte de minha construção como mulher, mãe e profissional. Temos imensos vazios (distâncias) entre nós, pessoas, e as palavras podem nos aproximar, mas também podem nos afastar.
Somos seres que desejam mais do que podem ter ou mais do que merecem ter, mas...
Não adianta, mesmo assim queremos...
Queremos o que não é nosso, queremos o que não podemos querer...

Hoje, a verdade rola para o lado do "se cuidares de mim e me deres carinho, eu vou amar você", mesmo entre casais que vivem há muito tempo 'juntos'.
Pois digo, então que talvez tenha vivido metade de minha vida até aqui e tenho observado situações em que ter a convicção de pensar que alguém possa amar, desejar o outro apenas por nada, apenas pela pessoa que é ou por algo inexplicável, atração...química, como queiram, é um absurdo, é inaceitável, é transgressor, é...

Amar sem condições.
Amar por apenas gostar.
Amar por admirar.
Será isso possível ainda?

sábado, 6 de agosto de 2011

"Nada tenho a ver com não gostar de mim. Me aceito impura, me gosto com pecados e há muito me perdoei."- MM

Até que houve um tempo em que tudo precisava ser aprovado por alguém. Resquícios disso ainda vivem no meu coração, a única diferença é que não me incomodam mais. Algumas vezes o que falo não é compreendido, mas não importa. Improviso para outro lado e assim vamos... No caminho que a vida me leva e as surpresas que aparecem é que faz mais saboroso o ato de estar viva, de ter que pensar e arriscar e...é muito bom descobrir que ao criar as breves soluções, me sinto viva, me sinto mais forte e, mesmo que por alguns momentos, feliz... bem feliz. Bem Bom!!!

Em tudo isso, tem um lado que me atrapalha, mas ainda encontrarei um equilíbrio no sofrimento, no querer. Preciso de limites, sei disso, limites para falar, limites para desejar, limites para viver... É que fica difícil de imaginar a não possibilidade de tentar... Sou persistente e não sabia... Sou insistente e também não sabia...  Sou resiliente e não sabia... Porém, sou Só ...
e isto  ...
eu já sabia ...

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Eu estou cansada, mas estou bem.
Isso é bom!

    (...) Há sem dúvida quem ame o infinito, 
    Há sem dúvida quem deseje o impossível, 
    Há sem dúvida quem não queira nada — 
    Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: 
    Porque eu amo infinitamente o finito, 
    Porque eu desejo impossivelmente o possível, 
    Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,  
    Ou até se não puder ser... (...)

-Álvaro de Campos-

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Pedaços de letra 16

"Preciso refrear um pouco o meu desejo de ajudar
Não vou mudar um mundo louco dando socos para o ar (...)
 

Aprendi a ser o último a sair do avião (...)
 

Se eu ando o tempo todo aflito, ao menos
 

Aprendi a dar meu grito e a carregar a minha cruz (...)
Se eu ando por aí correndo, ao menos
 

Eu vou aprendendo o jeito de não ter mais aonde ir (...)
 

A velocidade, quando for bom
A saudade, quando for melhor
Solidão: Quando a desilusão chegar" 


Gilberto Gil

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Con freddo e senza la mia voce che ha deciso di andare in giro ... lontano da me ...

Minha voz ... saiu ... Decidiu, assim, sem mais, abriu a porta e foi... Olhou para
trás quando perguntei: - Mas... onde vais? Sua resposta... "Vou sair por aí"  Mais uma vez faço um apelo. Como da outra vez ela viajou e não levou mais que dois dias longe de mim, desta vez pareceu-me tão... decidida...
Se a encontrarem, chamem-na para uma conversa, um bom papo... Ela gosta de um chopinho, portanto podem até convidá-la para tal, mas a aconselhem, por gentileza a voltar para casa. Pode passear, conhecer novos lugares, mas... que volte, please. Preciso dela para sábado, bem bela e bonita.


Obrigada

Para quem quiser saber sobre uma vida vivida até aqui ...

C'era una Volta ... Uma cidade do Sul do RS, fronteira com o Uruguay. Ali me disseram que nasci na Santa Casa, de parto normal após duas tentativas de minha mãe mal sucedidas em ter filhos. Como o 3 é um número importante, então vim ao mundo. Disseram-me que fui muito desejada por meus pais, avós, tios e ... só, já que acabei sendo única em tudo (única neta, única sobrinha, ahh...única filha tbm). Bem... Como ambas famílias eram uruguaias e meus pais casaram-se do lado de lá, bom... sobrou que aprendi primeiro o espanhol (quase que junto com o Italiano) e depois o português para falar com minhas amigas e colegas, pois estudei do lado de cá... Meus avós paternos moravam em Montevideu e sempre íamos: férias; feriados... até que por um tempo vieram morar mais perto de nós. Quando vieram, tínhamos um programa todos os domingos: matinê no Cine Gran Rex de Rivera que hoje não existe mais. Por incrível que pareça, pegou fogo e nunca mais o reconstruíram. Os outros cinemas que vieram depois do lado brasileiro viraram espaços para grandes seitas, Igrejas, como quiserem, se encontrarem em cultos coletivos. Hoje ainda existe, o qual foi revitalizado em outro espaço que não o original, o Cinema Internacional. nunca fui ali... Mas, nas matinês dava de tudo: Desde teixeirinha, Cantinflas aos faroestes americanos e musicais antigos.

Minha avó materna era uma senhora rueira, gostava de pitar um cigarro de noite na casa dos vizinhos. Sim, ela tinha uma agenda e cada dia era a vez de uma casa da vizinhança para ir conversar até perto da meia-noite. Pois eu só dormia quando ouvia o portão do lado ranger e sentia os passos de minha vò Blanca chegando. Sua casa ficava atrás do pátio da nossa, e atrás da casa dela tínhamos galinheiro, cachorros e... até cordeiros criei ali... Puxa...saudade disso...

Ok...continuando... Com meu pai falava espanhol, com minha vó Blanca (uruguaia) falava português, com minha mãe também (professora da escola estadual na qual eu estudava, mas nunca fui sua aluna...ainda bem ehehe. Com 'mis abuelos, claro, espanhol e também italiano con mi Tata.

Minha mãe tem uma história um tanto triste, pois foi 'dada' aos 7 anos de idade aos padrinhos, aos quais quando nasci, passei a chamá-los de avós também. Meu avô materno morreu tocando bandonion nos bailes de campanha...que coisa...34 anos. Minha Vó Blanca não conseguiria cuidar de dois filhos e meu tio com 14 anos nessa época, saiu para trabalhar entregando cartas, primeiro à pé, depois ganhou uma bicicleta do Alceu Collares, que trabalhava com ele.
Toda a família sempre, de alguma forma, foi amarrada à música: minha mãe foi professora de acordeon; meu pai tocava piano numa orquestra de Tango e minha avó paterna era uma soprano lírico, e suas irmãs todas eram cantoras ou pianistas. Uma delas morreu ali, no piano mesmo, tocando ...

Pois não é que com 6 anos eu já tocava piano... Porém, meu 'método' não agradava meu pai. Gostava de tocar de ouvido, improvisando e ele ficava furioso. Depois de alguns anos, acho que uns 6, tentei parar de tocar mas ninguém me deixou. Nem mesmo os professores de piano, do colégio, os amigos... Pressão total, quase fugi de casa... Aliás ...fugi, sim. Ninguém meachou por uma tarde inteira, até de noite... Fiquei com a consciência pesada e apareci... Estava dentro do armário da minha vó, na casa de trás...Enganei toodo mundo...Já estavam nas rádios, no Parque Internacional... Um rolo só...E eu...adorei tudo...

Meus finais de semana eram no campo, na chácara, plantando, pegando vagalumes, passarinhos (soltando todos eles depois), tocando o gado (umas poucas cabeças), o  Touro me tocando...(esse cara não gostava de mim... sempre foi assim, umas boas vezes lá saía eu, correndo daquele safado...)

Na rua que morava brincávamos muito de noite, meus vizinhos queridos e lindos e os amigos da quadra. As brincadeiras da noite eram de esconder, pois é... Eu morria de medo até que um dia me sacanearam e o cara da bolsa estava atrás de mim enquanto contava até 100, encostada na camionete rural do meu vizinho. Deus, nunca mais brinquei com eles... saí na disparada, nunca que me pegaria o barbudo com um sorriso sarcástico no rosto.
De dia, as carretas passavam para deixar o leite que vinha de campanha. Carretas com 4 bois, no mínimo, fazendo aquele som aterrorizante. Então, vejamos... Touro...carretas...o velho da bolsa... Só tinha pesadelos com isso e muitas vezes terrores noturnos terríveis... Ouvia sons de pessoas subindo as escadas... Minha mãe falava alto demais e me assustava à noite... Hoje... por que será que não durmo como deveria???

(não sei que capítulo será este... mas poderia dizer, primeiros anos de uma vida vivida... a minha...)

Bueno, continua... afinal ainda estou viva, bem viva!!!