domingo, 21 de agosto de 2011

Algumas Palavras de Ana Akhmátova (1889-1966)

MÚSICA

Algo de miraculoso arde nela, fronteiras ela molda aos nossos olhos. É a única que continua a me falar depois que todo o resto tem medo de estar perto. Depois que o último amigo tiver desviado o seu olhar ela ainda estará comigo, no meu túmulo, como se fosse o canto do primeiro trovão, ou como se todas as flores explodissem em versos.

O ÚLTIMO BRINDE

Bebo ao lar em pedaços
A minha vida feroz
Àsolidão dos abraços
E a ti, num brinde, ergo a voz...
Ao lábio que me traiu
Aos mortos que nada vêem
Ao mundo, estúpido e vil.
A Deus, por não salvar ninguém.

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