quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Dá medo...

Das incertezas do dia seguinte
Do viver sem sentido, sem razão
Da monotonia das noites vazias
Sem esperança ou motivação.

Dá medo...

De perder as palavras totalmente
E romantismo nelas, não mais haver
Dos pensamentos não te alcançarem
E dos meus olhos, você esquecer.

Dá medo...

De não achar refúgio nas tempestades
E nas revoltas ondas do mar dolente
Sofrer a angústia torpe de perceber
O frio cortante do seu olhar ausente.

Dá medo...

De sufocado e envolvido pela cupla
O amor seja varrido totalmente
E nossos sonhos serem todos banidos
E levados de nós pelo vento quente.

Dá medo...

De nossas almas fadadas ao exílio
Em cem, mil dias de solidão
De lágrimas vertidas, inutilmente
De sentir frio e vazio o coração.

Dá medo...

De no limiar da minha vida, concluir
Que o anoitecer esperado foi esquecido
Que a porta, sempre aberta, não existiu
De nas suas madrugadas, eu nunca ter existido.

Dá medo, sim!
(Gloria Salles)

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