“A gente começa a amar
Por simples curiosidade,
Por ter lido num olhar
Certa possibilidade.
E como, no fundo, a gente
Se quer muito bem.
Ama quem ama somente
Pelo gosto igual que tem.
Pelo amor de amar começa
A repartir dor por dor,
E se habitua depressa
A trocar frases de amor.
E, sem pensar, vai falando
De novo as que já falou,
E então continua amando
Só porque já começou.”
Assim como em música, este espaço dedica-se a ideias entre um sentimento e outro que aparecem sem querer, ou por necessidade que poderão vir a modular um tema emocional, oferecendo vários sentidos a ele e a quem o expressa. É...na verdade, é só um blog como outro qualquer, com uma montanha de palavras que algumas vezes parecem fazer sentido, outras vezes...não
domingo, 7 de agosto de 2011
As palavras parecem seguras para nossos pensamentos e sentimentos?
Às vezes parece que o único lugar seguro é onde estão as palavras. É nelas que deposito meus anseios, minhas dores, meus amores, minhas perdas e sofrimentos, meus quereres e des-quereres, o que aprendo e des-aprendo, o que se renova em mim e tudo o que me faz voltar ao passado, chorar um pouco para então fortalecer a alma e enfrentar os desafios dos relacionamentos em suas várias instâncias e dimensões.
Ao escrever, é como se as palavras absorvessem a dor e morressem, levando-a com elas. Porém, aprecio reler o que escrevi porque aprendo como sou hoje e tudo o que fez parte de minha construção como mulher, mãe e profissional. Temos imensos vazios (distâncias) entre nós, pessoas, e as palavras podem nos aproximar, mas também podem nos afastar.
Somos seres que desejam mais do que podem ter ou mais do que merecem ter, mas...
Não adianta, mesmo assim queremos...
Queremos o que não é nosso, queremos o que não podemos querer...
Hoje, a verdade rola para o lado do "se cuidares de mim e me deres carinho, eu vou amar você", mesmo entre casais que vivem há muito tempo 'juntos'.
Pois digo, então que talvez tenha vivido metade de minha vida até aqui e tenho observado situações em que ter a convicção de pensar que alguém possa amar, desejar o outro apenas por nada, apenas pela pessoa que é ou por algo inexplicável, atração...química, como queiram, é um absurdo, é inaceitável, é transgressor, é...
Amar sem condições.
Amar por apenas gostar.
Amar por admirar.
Será isso possível ainda?
Ao escrever, é como se as palavras absorvessem a dor e morressem, levando-a com elas. Porém, aprecio reler o que escrevi porque aprendo como sou hoje e tudo o que fez parte de minha construção como mulher, mãe e profissional. Temos imensos vazios (distâncias) entre nós, pessoas, e as palavras podem nos aproximar, mas também podem nos afastar.
Somos seres que desejam mais do que podem ter ou mais do que merecem ter, mas...
Não adianta, mesmo assim queremos...
Queremos o que não é nosso, queremos o que não podemos querer...
Hoje, a verdade rola para o lado do "se cuidares de mim e me deres carinho, eu vou amar você", mesmo entre casais que vivem há muito tempo 'juntos'.
Pois digo, então que talvez tenha vivido metade de minha vida até aqui e tenho observado situações em que ter a convicção de pensar que alguém possa amar, desejar o outro apenas por nada, apenas pela pessoa que é ou por algo inexplicável, atração...química, como queiram, é um absurdo, é inaceitável, é transgressor, é...
Amar sem condições.
Amar por apenas gostar.
Amar por admirar.
Será isso possível ainda?
sábado, 6 de agosto de 2011
"Nada tenho a ver com não gostar de mim. Me aceito impura, me gosto com pecados e há muito me perdoei."- MM
Até que houve um tempo em que tudo precisava ser aprovado por alguém. Resquícios disso ainda vivem no meu coração, a única diferença é que não me incomodam mais. Algumas vezes o que falo não é compreendido, mas não importa. Improviso para outro lado e assim vamos... No caminho que a vida me leva e as surpresas que aparecem é que faz mais saboroso o ato de estar viva, de ter que pensar e arriscar e...é muito bom descobrir que ao criar as breves soluções, me sinto viva, me sinto mais forte e, mesmo que por alguns momentos, feliz... bem feliz. Bem Bom!!!
Em tudo isso, tem um lado que me atrapalha, mas ainda encontrarei um equilíbrio no sofrimento, no querer. Preciso de limites, sei disso, limites para falar, limites para desejar, limites para viver... É que fica difícil de imaginar a não possibilidade de tentar... Sou persistente e não sabia... Sou insistente e também não sabia... Sou resiliente e não sabia... Porém, sou Só ...
e isto ...
eu já sabia ...
Em tudo isso, tem um lado que me atrapalha, mas ainda encontrarei um equilíbrio no sofrimento, no querer. Preciso de limites, sei disso, limites para falar, limites para desejar, limites para viver... É que fica difícil de imaginar a não possibilidade de tentar... Sou persistente e não sabia... Sou insistente e também não sabia... Sou resiliente e não sabia... Porém, sou Só ...
e isto ...
eu já sabia ...
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Eu estou cansada, mas estou bem.
Isso é bom!
(...) Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser... (...)
-Álvaro de Campos-
Isso é bom!
(...) Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser... (...)
-Álvaro de Campos-
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Pedaços de letra 16
"Preciso refrear um pouco o meu desejo de ajudar
Não vou mudar um mundo louco dando socos para o ar (...)
Aprendi a ser o último a sair do avião (...)
Se eu ando o tempo todo aflito, ao menos
Aprendi a dar meu grito e a carregar a minha cruz (...)
Se eu ando por aí correndo, ao menos
Eu vou aprendendo o jeito de não ter mais aonde ir (...)
A velocidade, quando for bom
A saudade, quando for melhor
Solidão: Quando a desilusão chegar"
Gilberto Gil
Não vou mudar um mundo louco dando socos para o ar (...)
Aprendi a ser o último a sair do avião (...)
Se eu ando o tempo todo aflito, ao menos
Aprendi a dar meu grito e a carregar a minha cruz (...)
Se eu ando por aí correndo, ao menos
Eu vou aprendendo o jeito de não ter mais aonde ir (...)
A velocidade, quando for bom
A saudade, quando for melhor
Solidão: Quando a desilusão chegar"
Gilberto Gil
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Con freddo e senza la mia voce che ha deciso di andare in giro ... lontano da me ...
Minha voz ... saiu ... Decidiu, assim, sem mais, abriu a porta e foi... Olhou para
trás quando perguntei: - Mas... onde vais? Sua resposta... "Vou sair por aí" Mais uma vez faço um apelo. Como da outra vez ela viajou e não levou mais que dois dias longe de mim, desta vez pareceu-me tão... decidida...
Se a encontrarem, chamem-na para uma conversa, um bom papo... Ela gosta de um chopinho, portanto podem até convidá-la para tal, mas a aconselhem, por gentileza a voltar para casa. Pode passear, conhecer novos lugares, mas... que volte, please. Preciso dela para sábado, bem bela e bonita.
Obrigada
trás quando perguntei: - Mas... onde vais? Sua resposta... "Vou sair por aí" Mais uma vez faço um apelo. Como da outra vez ela viajou e não levou mais que dois dias longe de mim, desta vez pareceu-me tão... decidida...
Se a encontrarem, chamem-na para uma conversa, um bom papo... Ela gosta de um chopinho, portanto podem até convidá-la para tal, mas a aconselhem, por gentileza a voltar para casa. Pode passear, conhecer novos lugares, mas... que volte, please. Preciso dela para sábado, bem bela e bonita.
Obrigada
Para quem quiser saber sobre uma vida vivida até aqui ...
C'era una Volta ... Uma cidade do Sul do RS, fronteira com o Uruguay. Ali me disseram que nasci na Santa Casa, de parto normal após duas tentativas de minha mãe mal sucedidas em ter filhos. Como o 3 é um número importante, então vim ao mundo. Disseram-me que fui muito desejada por meus pais, avós, tios e ... só, já que acabei sendo única em tudo (única neta, única sobrinha, ahh...única filha tbm). Bem... Como ambas famílias eram uruguaias e meus pais casaram-se do lado de lá, bom... sobrou que aprendi primeiro o espanhol (quase que junto com o Italiano) e depois o português para falar com minhas amigas e colegas, pois estudei do lado de cá... Meus avós paternos moravam em Montevideu e sempre íamos: férias; feriados... até que por um tempo vieram morar mais perto de nós. Quando vieram, tínhamos um programa todos os domingos: matinê no Cine Gran Rex de Rivera que hoje não existe mais. Por incrível que pareça, pegou fogo e nunca mais o reconstruíram. Os outros cinemas que vieram depois do lado brasileiro viraram espaços para grandes seitas, Igrejas, como quiserem, se encontrarem em cultos coletivos. Hoje ainda existe, o qual foi revitalizado em outro espaço que não o original, o Cinema Internacional. nunca fui ali... Mas, nas matinês dava de tudo: Desde teixeirinha, Cantinflas aos faroestes americanos e musicais antigos.
Minha avó materna era uma senhora rueira, gostava de pitar um cigarro de noite na casa dos vizinhos. Sim, ela tinha uma agenda e cada dia era a vez de uma casa da vizinhança para ir conversar até perto da meia-noite. Pois eu só dormia quando ouvia o portão do lado ranger e sentia os passos de minha vò Blanca chegando. Sua casa ficava atrás do pátio da nossa, e atrás da casa dela tínhamos galinheiro, cachorros e... até cordeiros criei ali... Puxa...saudade disso...
Ok...continuando... Com meu pai falava espanhol, com minha vó Blanca (uruguaia) falava português, com minha mãe também (professora da escola estadual na qual eu estudava, mas nunca fui sua aluna...ainda bem ehehe. Com 'mis abuelos, claro, espanhol e também italiano con mi Tata.
Minha mãe tem uma história um tanto triste, pois foi 'dada' aos 7 anos de idade aos padrinhos, aos quais quando nasci, passei a chamá-los de avós também. Meu avô materno morreu tocando bandonion nos bailes de campanha...que coisa...34 anos. Minha Vó Blanca não conseguiria cuidar de dois filhos e meu tio com 14 anos nessa época, saiu para trabalhar entregando cartas, primeiro à pé, depois ganhou uma bicicleta do Alceu Collares, que trabalhava com ele.
Toda a família sempre, de alguma forma, foi amarrada à música: minha mãe foi professora de acordeon; meu pai tocava piano numa orquestra de Tango e minha avó paterna era uma soprano lírico, e suas irmãs todas eram cantoras ou pianistas. Uma delas morreu ali, no piano mesmo, tocando ...
Pois não é que com 6 anos eu já tocava piano... Porém, meu 'método' não agradava meu pai. Gostava de tocar de ouvido, improvisando e ele ficava furioso. Depois de alguns anos, acho que uns 6, tentei parar de tocar mas ninguém me deixou. Nem mesmo os professores de piano, do colégio, os amigos... Pressão total, quase fugi de casa... Aliás ...fugi, sim. Ninguém meachou por uma tarde inteira, até de noite... Fiquei com a consciência pesada e apareci... Estava dentro do armário da minha vó, na casa de trás...Enganei toodo mundo...Já estavam nas rádios, no Parque Internacional... Um rolo só...E eu...adorei tudo...
Meus finais de semana eram no campo, na chácara, plantando, pegando vagalumes, passarinhos (soltando todos eles depois), tocando o gado (umas poucas cabeças), o Touro me tocando...(esse cara não gostava de mim... sempre foi assim, umas boas vezes lá saía eu, correndo daquele safado...)
Na rua que morava brincávamos muito de noite, meus vizinhos queridos e lindos e os amigos da quadra. As brincadeiras da noite eram de esconder, pois é... Eu morria de medo até que um dia me sacanearam e o cara da bolsa estava atrás de mim enquanto contava até 100, encostada na camionete rural do meu vizinho. Deus, nunca mais brinquei com eles... saí na disparada, nunca que me pegaria o barbudo com um sorriso sarcástico no rosto.
De dia, as carretas passavam para deixar o leite que vinha de campanha. Carretas com 4 bois, no mínimo, fazendo aquele som aterrorizante. Então, vejamos... Touro...carretas...o velho da bolsa... Só tinha pesadelos com isso e muitas vezes terrores noturnos terríveis... Ouvia sons de pessoas subindo as escadas... Minha mãe falava alto demais e me assustava à noite... Hoje... por que será que não durmo como deveria???
(não sei que capítulo será este... mas poderia dizer, primeiros anos de uma vida vivida... a minha...)
Bueno, continua... afinal ainda estou viva, bem viva!!!
Minha avó materna era uma senhora rueira, gostava de pitar um cigarro de noite na casa dos vizinhos. Sim, ela tinha uma agenda e cada dia era a vez de uma casa da vizinhança para ir conversar até perto da meia-noite. Pois eu só dormia quando ouvia o portão do lado ranger e sentia os passos de minha vò Blanca chegando. Sua casa ficava atrás do pátio da nossa, e atrás da casa dela tínhamos galinheiro, cachorros e... até cordeiros criei ali... Puxa...saudade disso...
Ok...continuando... Com meu pai falava espanhol, com minha vó Blanca (uruguaia) falava português, com minha mãe também (professora da escola estadual na qual eu estudava, mas nunca fui sua aluna...ainda bem ehehe. Com 'mis abuelos, claro, espanhol e também italiano con mi Tata.
Minha mãe tem uma história um tanto triste, pois foi 'dada' aos 7 anos de idade aos padrinhos, aos quais quando nasci, passei a chamá-los de avós também. Meu avô materno morreu tocando bandonion nos bailes de campanha...que coisa...34 anos. Minha Vó Blanca não conseguiria cuidar de dois filhos e meu tio com 14 anos nessa época, saiu para trabalhar entregando cartas, primeiro à pé, depois ganhou uma bicicleta do Alceu Collares, que trabalhava com ele.
Toda a família sempre, de alguma forma, foi amarrada à música: minha mãe foi professora de acordeon; meu pai tocava piano numa orquestra de Tango e minha avó paterna era uma soprano lírico, e suas irmãs todas eram cantoras ou pianistas. Uma delas morreu ali, no piano mesmo, tocando ...
Pois não é que com 6 anos eu já tocava piano... Porém, meu 'método' não agradava meu pai. Gostava de tocar de ouvido, improvisando e ele ficava furioso. Depois de alguns anos, acho que uns 6, tentei parar de tocar mas ninguém me deixou. Nem mesmo os professores de piano, do colégio, os amigos... Pressão total, quase fugi de casa... Aliás ...fugi, sim. Ninguém meachou por uma tarde inteira, até de noite... Fiquei com a consciência pesada e apareci... Estava dentro do armário da minha vó, na casa de trás...Enganei toodo mundo...Já estavam nas rádios, no Parque Internacional... Um rolo só...E eu...adorei tudo...
Meus finais de semana eram no campo, na chácara, plantando, pegando vagalumes, passarinhos (soltando todos eles depois), tocando o gado (umas poucas cabeças), o Touro me tocando...(esse cara não gostava de mim... sempre foi assim, umas boas vezes lá saía eu, correndo daquele safado...)
Na rua que morava brincávamos muito de noite, meus vizinhos queridos e lindos e os amigos da quadra. As brincadeiras da noite eram de esconder, pois é... Eu morria de medo até que um dia me sacanearam e o cara da bolsa estava atrás de mim enquanto contava até 100, encostada na camionete rural do meu vizinho. Deus, nunca mais brinquei com eles... saí na disparada, nunca que me pegaria o barbudo com um sorriso sarcástico no rosto.
De dia, as carretas passavam para deixar o leite que vinha de campanha. Carretas com 4 bois, no mínimo, fazendo aquele som aterrorizante. Então, vejamos... Touro...carretas...o velho da bolsa... Só tinha pesadelos com isso e muitas vezes terrores noturnos terríveis... Ouvia sons de pessoas subindo as escadas... Minha mãe falava alto demais e me assustava à noite... Hoje... por que será que não durmo como deveria???
(não sei que capítulo será este... mas poderia dizer, primeiros anos de uma vida vivida... a minha...)
Bueno, continua... afinal ainda estou viva, bem viva!!!
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