quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Amor em T d C


Que caminho impertinente esse que Florentino trilha em sua vida... Um amor tão lírico, se quebra diante de encontros que se desencontram, entraves e percalços originados por preconceitos e a própria realidade de uma guerra civil. As surpresas inesperadas que vão acontecendo, como na vida real, o primeiro encontro, as cartas de amor escritas, a distância silenciosa, mas com emoções tão presentes, aproximações e separações, perdas profundas irreparáveis... nos parece traços de uma tristeza tão profunda e melancólica que fisicamente o transformava... Clima de guerra civil em que doenças e mal estares brotam do sofrimento de viver num tempo socialmente abalado e desorganizado cujas conseqüências são perdas de vidas, perdas de lares, perda de uma estrutura social... O que dizer?
Uma característica de Garcia Marques é exatamente essa intrínseca relação entre a imaginação e a realidade, o ir e vir entre o que é e o que pode vir a ser como possibilidade real, porém através de um pensamento mágico. Graças a esta força presente na combinação das palavras que traduzem como ninguém o cotidiano emocional ligado à essência humana através dos desejos e paixões, e que desestabilizam profundamente meu Labirinto, que o resto do mundo obrigou-se a render laudas a ele, um latinoamericano que envolve sonhos e vida real inseridos em temas sociais recorrentes da época. Fantástico isso!!
O filme tenta mostrar o envolvimento da história central de amor com a narrativa, muitas vezes longa do livro, mas nunca cansativa, conseguindo evidenciar o vai e vem das emoções. Sua vida girava em torno de ter seu grande amor em seus braços, num abraço, num beijo amoroso, nos dias que lhes restavaam...
O fato de amar sustenta, 'sostiene la vida de Florentino por una soga". Esta é a meta... Este é o objetivo final de "qualquiera que ama". 
Alguém é capaz de negar?


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