Às vezes parece que o único lugar seguro é onde estão as palavras. É nelas que deposito meus anseios, minhas dores, meus amores, minhas perdas e sofrimentos, meus quereres e des-quereres, o que aprendo e des-aprendo, o que se renova em mim e tudo o que me faz voltar ao passado, chorar um pouco para então fortalecer a alma e enfrentar os desafios dos relacionamentos em suas várias instâncias e dimensões.
Ao escrever, é como se as palavras absorvessem a dor e morressem, levando-a com elas. Porém, aprecio reler o que escrevi porque aprendo como sou hoje e tudo o que fez parte de minha construção como mulher, mãe e profissional. Temos imensos vazios (distâncias) entre nós, pessoas, e as palavras podem nos aproximar, mas também podem nos afastar.
Somos seres que desejam mais do que podem ter ou mais do que merecem ter, mas...
Não adianta, mesmo assim queremos...
Queremos o que não é nosso, queremos o que não podemos querer...
Hoje, a verdade rola para o lado do "se cuidares de mim e me deres carinho, eu vou amar você", mesmo entre casais que vivem há muito tempo 'juntos'.
Pois digo, então que talvez tenha vivido metade de minha vida até aqui e tenho observado situações em que ter a convicção de pensar que alguém possa amar, desejar o outro apenas por nada, apenas pela pessoa que é ou por algo inexplicável, atração...química, como queiram, é um absurdo, é inaceitável, é transgressor, é...
Amar sem condições.
Amar por apenas gostar.
Amar por admirar.
Será isso possível ainda?
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