Parti, voei, desci num lugar em que sonhos dançavam no Palco.
Pessoas assistiam gritando, aplaudindo e encantados com o que viam.
Num País como o nosso, em que a Saúde e a Educação são esquecidas e ignoradas para que interesses econômicos se sobressaiam, fiquei feliz com o que vi.
Por outro lado, pareceu-me que o Brasil terminava ali em Santa Catarina. Aqui em Porto Alegre vivemos numa realidade completamente distante do que aconteceu em Joinville. Os bailarinos que ali se apresentaram são brasileiros e perfeitos no que fazem. As Cias de ballet que levaram seus profissionais da dança são exemplo para as crianças, são exemplo de uma Arte que pode ser vivida sem preconceitos e com todas as dificuldades que surgem impedindo que a Arte viva plenamente, sem diferenças e sem censura, com a liberdade da criatividade e das emoções.
Cheguei, voltei.
Senti uma imensa vontade de voltar a dançar. Todos se sentem um pouco artistas vivendo juntos, compartilhando as emoções do Palco, conhecendo novos jeitos, novas formas de vida, novos sonhos e principalmente, todos estivemos dividindo um mesmo sonho:
O sonho de viver emoções escondidas, o sonho de ser uma Giselle, de ser um cisne nadando no lago,
um cisne negro girando no ar, uma princesa chamando atenção de seu príncipe, e todas as belas e grandes histórias escritas para o repertório da dança.
Estou feliz por ter vivido estes momentos com minha filha e por ela ter conseguido, aos 11 anos de idade, ver no país que nasceu, concretizar-se em momentos inesquecíveis a Arte de dançar no palco com qualidade e exímia técnica. Para isso, também aprendeu que é preciso disciplina, desejo, vontade, conhecimento, renúncias e muito esforço.
Vamos ter que fazer alguma coisa por nosso Estado. Estamos vivendo no passado.
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