sexta-feira, 24 de junho de 2011

É melhor, mas ...

Não entendo. 
Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. 
Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. 
Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. 
Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. 
É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. 
Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
(Clarice Lispector)


Se fosse possível só viver o que sentimos talvez as pessoas fossem, mesmo que por alguns momentos, mais felizes.
Só nos resta cantar ... nada mais ...

Compreendo a necessidade de nos fazermos "conquistantes" e conquistados e esse caminho que se desenrola entre o que rola e o que não pode rolar. É um caminho fascinante, porém perigoso. Doi, amassa, aperta o coração e se é gostoso o que não rola ... Será que não seria melhor ainda o apenas acontecer? 

Tudo passa, assim com nascemos e envelhecemos, as paixões passam. Sem problemas. 
Pena que as pessoas se perdem, umas das outras.
Temos emergências ...A vida também se esvai, não temos muito tempo e o sentimento sempre aparece, de novo, de novo... Essa sensação de finitude. Isso consome a todos. 

Muitas pessoas queridas por mim se foram desta vida, talvez estejam em alguma lugar. Um pouco delas ficou em mim e essa é a parte que mais me doi. Sinto falta de todas elas, cada uma de seu jeito. 

Meu Deus!! Que tantas dores são essas. Pode Senhor, fazer a gentileza de aliviá-las só de leve, só um pouco, talvez só a metade... Minha alma inquietante não aceita as coisas como são, como estão.

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