O que é possível falar sobre tristeza?
Bem, talvez ausência de uma sensação prazerosa de êxito seja no que for; talvez uma sensação de impotência diante de uma situação em que não é possível agir; talvez a solidão, mesmo não estando só, mas uma solidão interior, tipo daquelas que só uma estrela faz companhia; talvez, ainda, assistir pessoas que se gosta precisarem viver exatamente aquilo que já sabemos as consequências, porque já as vivemos. Infelizmente é a única forma de se aprender. Pensando em mais possibilidades para as causas de uma tristeza, ocorre-me que falar nela, escrever sobre ela, diminui, diminui sim, por incrível que pareça, mesmo que seja prá ninguém, como aqui, neste momento; mais uma atirada...seria a falta de conhecimento sobre o ser humano, sobre suas necessidades e sobre seu desenvolvimento físico, intelectual e emocional, ou melhor, o que pensa sobre o que sente rsrsrsrs
Para falar sobre o ser humano é necessário mudar de parágrafo, pois este ente, muitas vezes cruel com ele mesmo, parece que procura o caminho da tristeza, e se por acaso não a encontra, dá um jeito de buscá-la. Isto é incompreensível, mas é assim que tenho visto, que tenho sentido como ser humano, imperfeito e estúpido que sou.
Na minha vida foi sempre assim, a maioria das pessoas passou por mim, pouquíssimas ficaram.
Ou, ao menos escolheram ficar, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas. Lembro de algumas que quiseram voltar, mas aí...Meu Bem...aí já era muito tarde. Quando decido parar a tristeza, podes crer, assim será. Porém, não ando me reconhecendo ultimamente.
Tenho uma família que qualquer um de fora, se me visitar, diria, a família perfeita. A preservo a quatro chaves, mas não deixo de ter a minha própria vida, minha individualidade, meus desejos, minhas amizades. Foi assim que fui ensinada por meu pai, principalmente.
Saudade dessa época, de viagens pelo mundo, de aprendizagens o dia inteiro, permanentemente.
Percebo que muitos não compreendem esse tipo de convivência, mas sei que mais cedo ou mais tarde, aprenderão...É a vida que ensina, não é a escola. A parte mais difícil de viver a dois é essa: viver com o Outro, porém saber viver sem o Outro para permitir-se ter sua vida. Ah Meus amigos...Que pena que alguns não sabem, estabelecer este tipo de vínculo democrático dentro de sua própria casa é um motivo para alegria e não para tristeza.
Porém, minha dificuldade está em administrar uma paixão e querer, sem ter por quê, interpretar, compreender, entender cada sintoma, cada ação, cada passo, cada palavra...Que diabos...prá quê? Coisas de hormônios femininos. só pode ser...Como nunca será possível chegar ao tesouro escondido dessa situação, pimba...a tristeza aparece. Êta que é insistente...
A tristeza que sinto hoje é exatamente issa, de não conseguir interpretar atitudes, emoções, ou melhor, sei bem o que significam, mas não quero chegar a uma resposta prá não acabá-la. Pode isso? Que estupidez!
Por um lado existe o medo de não magoar ninguém; por outro existe o Medo de perder.
Como sempre o Medo...Pô este cara (o medo) não sai do meu caminho...Podia pegar outro rumo. Vou sugerir, quem sabe ajuda. O Medo atrapalha qualquer tipo de relação, convivência, destroi sentimentos e provoca emoções muitas vezes incontroláveis, insensatas. Pasmem todos, o pior de tudo é querer facilitar as coisas para que ninguém se sinta constrangido como eu...absurdices de Nadya!!!!!
Com tudo isso chego apenas a uma conclusão: é muito difícil viver, se o ato de viver for levado à risca, sem perder uma cena, aproveitar ao máximo os segundos, os minutos, o Tempo que nos é permitido para tal exercício da vida, torna-se quase impossível mesmo, pois nos vemos com emoções desconhecidas, que parecem ser para sempre, que parecem incontroláveis... Só que o tempo é implacável e as faz desaparecer. Preciso urgentemente ter uma conversinha com o tempo, que já não sei se é meu amigo, não.
Como diz o poeta: Francisco Otaviano de Almeida Rosa
(1825-1889)
Quem passou pela vida em branca nuvem,
E em placido repouso adormeceu;
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu,
Foi espectro de homem, não foi homem,
Só passou pela vida,
não viveu.
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