Tenho ensaiado há um tempo já escrever para minha amiga, como agora estou tentando fazer. Hoje não consigo evitar, preciso desesperadamente sublimar o que estou a sentir.
Encontrei sua filhota e seu marido, pela primeira vez depois que sua vida aqui acabou. Fomos na ópera, claro, uma tragédia daquelas bem italianas. Linda, mas sobre as impossibilidades do Amore, portanto, alguns dirão, triste.
Com isso muitas outras coisas acabaram entre nós também, momentos de alegrias, de conversas, de ensaios, de canções entoadas a duas vozes na frente de quem quer que fosse e as meninas dizendo: "- Ai mães! Parem com isso..."
Ainda não consegui sentir saudade dela...A tristeza não deixa espaço.
Beth, minha querida Beth!
Ainda preciso conversar contigo, ainda preciso cantar contigo...Ainda preciso...Ainda
Sabe...Tua filha está linda, está indo bem no colégio. Gostaria de vê-la mais seguido, mas lembra como falávamos em tempo, tempo, tempo...Essa palavra absurda que nos impede de fazermos o que sonhamos.
Tá bom...Já sei o que vais me dizer...Temos que usá-lo a nosso favor.
Esse tempo que passa, desde que não te vejo mais, é muito cruel...Tínhamos nossas desavenças, nossas formas de ver as situações diferente, mas acabávamos concordando uma com a outra, e assim íamos levando.
Como estás aí, não sei onde?
É bom? É melhor que aqui? Bom, do jeito que a Terra está, a sociedade, as pesoas, sei lá...sempre tive essas dúvidas. Tu já não tens, pelo menos essas...
Ah! Já ia esquecendo...Recebi o DVD do Requiem de Brahms, aquele que pela última vez viste o coro cantar, lá na Igreja São Pedro. Ficou bom até...Gostei!
Um beijo, Beth!
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